Silhueta cortada no céu cinzento.
Meninos,
gaivotas,
balé frenético.
Coral de gritos,
pios,
conversa.
Nas ondas a sonolência, lenta.
Vento de outono
enregela pescoços,
esfumaça a areia,
tece mosaicos.
O espaço aberto me acoberta.
Saboreio a praia semi-deserta
com ânsias de marinheiro no porto.
Quero o mar e seu abraço forte.
Quero as vagas e seu vaguear eterno.
Perder memórias e planos,
entre espumas e estrondos.
Afasto o passo.
Meus pés afundam na textura fofa.
Minhas marcas são covas anônimas
a profanar a areia,
elemento estranho em solene ambiente
Deslizo minha sombra e me retiro em silêncio.
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