Conferência de Aparecida tem tarefa de guardar e alimentar a fé do povo de Deus
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Afirma o cardeal primaz do Brasil, Dom Geraldo Majella Agnelo
SALVADOR, quinta-feira, 14 de junho de 2007 (ZENIT.org).- De acordo com o arcebispo de Salvador e arcebispo primaz do Brasil, a Quinta Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe, realizada no mês passado no Santuário de Aparecida, tem a «grande tarefa» de guardar e alimentar a fé do povo de Deus.
Para além disso, Quinta Conferência tem ainda a missão de «recordar aos fiéis deste continente que, em virtude de seu batismo, são chamados a ser discípulos e missionários de Jesus Cristo», afirma Dom Geraldo Majella Agnelo, em artigo enviado a Zenit.
Segundo o arcebispo, o chamado a ser discípulos de Cristo se faz perante «desafios e exigências» atuais.
Trata-se do «desconcerto generalizado que se propaga por novas turbulências sociais e políticas», a «difusão de uma cultura longínqua e hostil à tradição cristã», a «emergência de variadas ofertas religiosas que tratam de responder, à sua maneira, à sede de Deus que manifestam nossos povos».
Nesse contexto, de acordo com o cardeal, a Igreja é chamada a «relançar com fidelidade e audácia sua missão nas novas circunstâncias latino-americanas e mundiais».
«Não pode dobrar-se aos que somente vêem confusão, perigos e ameaças ou de quem pretende cobrir a variedade e complexidade de situações com capa de ideologismos gastos ou de agressões irresponsáveis», afirma o arcebispo.
Segundo Dom Geraldo Agnelo, o Evangelho possui uma «novidade arraigada em nossa história», que parte do encontro pessoal e comunitário com Jesus Cristo, que suscite discípulos e missionários.
«Isso não depende tanto de grandes programas e estruturas, mas de homens e mulheres novos que encarnem tradição e novidade, como discípulos de Jesus Cristo e missionários de seu Reino, protagonistas de vida nova com a luz e a força do Espírito.»
O cardeal recorda que o cristão não nasce por «decisão ética ou grande idéia», mas pelo «encontro com um acontecimento, com uma Pessoa, que dá novo horizonte à vida e, com Ele, uma orientação decisiva».
Dom Geraldo ainda comentou sobre o Documento conclusivo de Aparecida, entregue ao Papa no dia 11 de junho por ele mesmo junto ao cardeal Giovanni Battista Re, prefeito da Congregação para os Bispos, presidente da Comissão Pontifícia para a América Latina, e o cardeal Francisco Javier Errázuriz Ossa, arcebispo de Santiago do Chile, presidente do Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM).
«Ao chegar às mãos de nossos fiéis, em nossas comunidades, este Documento intensificará o estudo, a aplicação de métodos, com a busca imprescindível da Palavra de Deus, a pertença à comunidade eclesial, a vivência cada vez mais intensa da caridade, da misericórdia, da solidariedade, do perdão, o cuidado e presença junto aos que mais sofrem na pobreza, no abandono, na discriminação, na falta de respeito à dignidade humana de cada um», afirma o cardeal.
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