FIM DE TARDE
Quando estou em Maranduba
ouvindo um violão talentoso
um choro choroso
Meu coração é o imenso mar
azul e quente
a receber a energia tranqüila
das ilhas
Tomo mais uma: momento de contemplação
e rara beleza
Olho, então, para meus amigos
Estão felizes
Seus semblantes estão como as sombras
do entardecer de um dia de sol.
Tenho horror , então, ao consumismo
que faz vender flor em botão
ou a deixam morrer murcha
sem que ninguém tenha sentido seu odor
ou admirado sua beleza
fazendo aquele talento
ser privilégio de poucos.
É fim de tarde
Apreendemos a emoção e tivemos prazer
A cachaça, o violão e a companhia nos deram
Mas, a natureza, professora, foi mais além
Ensinou-me a vivê-lo.
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