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Infantil-->O ATAQUE DO GAVIÃO-MATEIRO -- 17/03/2003 - 04:19 (Welington Almeida Pinto) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Welington Almeida Pinto
.........
Ninguém liberta ninguém
Ninguém se liberta sozinho
Os homens se libertam em conjunto
Paulo Freire
.............
Há anos Gavião-Mateiro sobrevoa a Mata da Tijuca para caçar. Todo dia, pelas dez, onze horas da manhã, aparece com aquele carão de sorriso velhaco sempre remexendo a cabeça para facilitar a investigação dos olhos e garantir boa presa ao seu banquete.
- Deus nos acuda!... - gritam desorientados os bichos miúdos, disparando para todos os lados em busca de lugar seguro para se proteger.
Mestre Caxinguelê, cansado de viver ameaçado, reúne em sua casa um grupo de bichos perseguidos para encontrar uma maneira de capturar a ave e acabar com o pesadelo. Depois de muita discussão, a cobra, mais versada em botes fatais, conclui:
- Melhor uma armadilha para laçar o malvado pelas canelas e deixá-lo morrer de fome e sede.
- Isso mesmo! Temos de terminar com a truculência desse gavião, vive na floresta como se fosse dono de todos nós – protesta Caxinguelê.
- Legal, companheiros! – aplaude o ratão, batendo uma pata na outra.
Preá revira na pedra concordando:
- Genial, dona Cobra! Vai ser uma vingança e tanto!...
Esquilo, que observava tudo em silêncio, pergunta meio desconfiado:
- Quem será a isca para atrair o gavião?
- Você – sugere a jibóia.
- Eu!... - surpreende-se o pequeno roedor, apreensivo.
Caxinguelê levanta o focinho, sorrindo:
- Não se preocupe, amigo. Fico como isca.
Todos aplaudem a coragem do líder. Bem-te-vi se oferece para dar alarme ao avistar o predador entrando na Mata.
- Muito bem, Bem-te-vi – aprova Caxinguelê, e continua. - Cada um terá tarefa importante na captura do gavião. João-graveto, melhor arquiteto na construção de casa de pauzinhos, vai construir a gaiola para mim, Esquilo encontrará resistente corda de cipó para fazer o laço, Tatu arranja estaca forte para fincar no chão; nela vamos atrelar uma extremidade da armadilha. E Jibóia, que rasteja como ninguém, escolhe o local de execução do plano, sua missão é puxar o laço, certo?
- Tudo certo – confirma a cobra, embora ficasse um tanto amarela.
No dia seguinte, antes das nove horas, tudo estava pronto para a emboscada ao mateiro; cada voluntário, camuflado na folhagem esperava a hora de ver o inimigo preso. Mais de meio-dia quando Bem-te-vi dá o primeiro trinado, era o gavião que chegava. Como sempre, todo arrogante, agitando a cabeça para os lados.
Ao avistar o caxinguelê preso, lambe de satisfação as extremidades da boca. E cheio de pose, voa para lá, pousando perto do animalzinho. Treteiro, como toda ave de rapina, vai logo enfiando o bico guloso pela grade da gaiola, bicando daqui e dali, como se quisesse matar de medo a presa. O roedor fingia (e estava mesmo) muito apavorado.
O gavião ficou assim remexendo por uns minutos até colocar os dois pés no meio do laço. Para quê?... A jibóia nem conta até três, puxa com toda força a ponta do cipó, laçando a ave grande pelas pernas.
Preso, o gavião solta um piado longo e feio. Debate com violência, esbraveja e bate as asas sem parar, tentando fugir.
- Traiçoeiros!... Covardes!... - grasna na maior altura.
A população de bichos miúdos ao ver o predador seguro pelo laço, sai apressada do mato na maior algazarra. E cai de unhas, dentes e bicos em cima do gavião, pelando o atrevido num instante.
Depois, em coro, começa a gritar:
- Uh!... Lelelerêêê... Morte ao predador!... Uh!... Lelelerêêê... Morte ao predador!...
O gavião, ao ver situação preta para seu lado, começa a rezar:
- Oh, Santa Maria da Misericórdia!... Tenha pena de mim!
Mestre Caxinguelê deixa a gaiola e se aproxima do prisioneiro. Agora, poderiam estar juntos sem perigo algum. Quanta coisa desejava dizer ao inimigo? Ele e os pequenos animais da Mata da Tijuca estavam cansados de viver escondidos, sempre sobressaltados, temendo a qualquer hora um ataque mortal.
Com o peito transbordando contentamento, diz:
- Gavião-Mateiro, os bichos perseguidos pedem sua cabeça. Querem vingança.
- Por favor, não deixe que me matem.
- Ele tem que morrer sim, quantos de nós já foram para seu papo – interfere, cheia de ódio, a cobra.
- Isso mesmo, dona Jibóia, não vamos deixar esse bicho escapar – palpita Esquilo.
Caxinguelê, depois de pensar um pouco, pede silêncio:
- Acalmem-se. Acalmem-se, precisamos agir com sabedoria. Matá-lo é pagar um crime com a mesma moeda.
E voltando-se para o réu:
- Bem que merecia pena capital, assim sumiria da nossa vida para sempre.
- Não. Não façam isso comigo, pelo amor de Deus!...
Caxinguelê então levanta a cabeça em direção à platéia. E grita:
- Será que os bichos que sempre perseguiu vão anistiá-lo?
- Prometo fugir da região para nunca mais voltar. Soltem-me... Pela vida de meus filhos! – roga outra vez o predador, amarelinho e trêmulo de tanto medo.
- Não podemos acreditar neste traste? – ameaça Tatu.
- Juro de pés juntos!... – apela a ave novamente.
- Posso até concordar em anistiar o miserável. Mas, se voltar a perseguir um só bichinho na Mata da Tijuca, não terá mais perdão – garante dona Jibóia.
O canarinho Chapinha palpita:
- Pensando bem, melhor soltar o infeliz, que mais parece frango de açougue. Judiado assim, alertará seus companheiros a cair fora do nosso território. Que acham, companheiros?
Com apoio da maioria, o Gavião-Mateiro foi anistiado. Imediatamente o ratinho rói o cipó que prendia suas pernas. Livre, não quis saber de mais conversa, sacode o restinho de penugem que sobrou no corpo, desembesta numa carreira maluca e some, engolido pelo mato.
- Fogo-apagou... Fogo-apagou... - canta vitória a Pomba Rola.
- Bem-ti-vi... Bem-ti-vi... Bem-ti-vi...- confirma final feliz o pássaro sentinela.
- Tiau-chiii... tiau-chiiiii... tiau-chiiiiii - repica a Maria Preta.
De cima das árvores, ora se balançando ligeiro em corda de Cipó-Cruz, ora pendurado nos galhos de pé de Jequitibá, de Peroba-Rosa ou de Sucupira, o moleque Mico-Sagüim dava pinotes de alegria, também festejando derrota do gavião.
E, no alto, imponente e feliz, uma velha gralha atravessa a floresta, grasnando.










Conquistando a Linguagem
Compreensão do Texto
Atividades: Desenhar ou colar gravura em folha anexa de caxinguelê, jibóia, gavião, joão-graveto e bem-ti-vi (qualquer um).
1) Faltaram outros bichos na galeria de retratos? Quais?
2) Reescreva com suas palavras a revolta dos bichos.
3 ) O texto diz ... caíram de unhas, dentes e bicos em cima do prisioneiro. Classifique e escreva que bicho atacou de unhas, de bico ou de dentes.
4) Pesquise a origem de cada bicho que aparece na história?
5) Você achou perfeito o plano para aprisionar o inimigo? Bole outro e escreva.
6) A união faz a força. Certo ou errado? Caxinguelê sozinho daria conta de combater o gavião? Por quê?
Para a Professora
Reflexão: Impossível é expressão inventada pelos fracos ( Olavo Bilac )
Motivação - leia o verso abaixo para a classe:

Todos juntos

Não parece grande coisa
Vamos ver o que é que dá
Esperteza. Paciência. Lealdade
Teimosia.
E mais dia menos dia
A lei da selva vai mudar
Todos juntos somos fortes
Somos flecha e somos arcos
Todos nós no mesmo barco
Não há nada a temer
Ao meu lado há um amigo
Que é preciso proteger
Todos juntos somos fortes
Não há nada a temer
Sérgio Bardotti

Converse com os alunos sobre espírito de união numa comunidade. Fale sobre a antiga Lei de Talião: Dente por dente, olho por olho. Leve a classe para visitar a Assembléia Legislativa ou a Câmara dos Vereadores.
Vocabulário: selecione verbetes desconhecidos e oriente a consulta no Dicionário
Educação ambiental: Fale sobre meio ambiente e defesa da qualidade de vida.

* História revisada de acordo com a nova orientação dos PCNs – Parâmetros Curriculares Nacionais do Ministério da Educação - para reedição do livro infantil A ÁGUIA E O COELHO, publicado desde 1993. Texto aberto à crítica e avaliação por todos que defendem uma Literatura Nacional de qualidade, principalmente para a criança brasileira.Interessando pela obra ilustrada, impressa no original em papel couchê, formato 20x20, basta pedir pelo site: welingtonpinto@globo.com - ou por fax: (..31) 3344-0153 – apenas 3,50 reais o exemplar. Preço especial para Professores/Alunos.



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OFICINA DE LIVROS – ONG em desenvolvimento com o objetivo de difundir nas escolas públicas do Brasil do ensino fundamental Literatura Nacional de boa qualidade. Participe. Faça parte, mande sugestões. Vale a pena. Podemos fazer do Brasil um país de leitores. Lembrando Pitágoras... Eduque a criança e não terá que punir o adulto.

***. Mergulhe no Mundo Maravilhoso da Filosofia, acessando o site: www.welingtonpinto.kit.net/frasescelebres



O AUTOR E SUA OBRA
Welington Almeida Pinto
O Autor e sua Obra
Mineiro de São Roque. Em 1971, conclui seus estudos em Passos, Minas. Transfere-se para Belo Horizonte para trabalhar no departamento contábil de uma empresa imobiliária, sem abandonar o gosto pela leitura dos grandes clássicos da literatura universal e a prática de Escritor e Jornalista. Entusiasmado com o movimento cultural da Capital, freqüenta as reuniões da Academia Mineira de Letras e outras instituições culturais da cidade.
Em busca de novos horizontes culturais, viaja por cidades da Europa e das Américas, onde manteve produtivo contato com artistas e entidades produtoras de cultura. De 1972 a 1976, estuda no Centro de Pesquisas de Artes Plásticas da ACM, especializa-se em Publicidade e funda sua agência.
No Teatro, produz A Cela, de sua autoria. Depois adapta e monta Flicts, de Ziraldo, como peça adulta; ambas dirigidas por Luciano Luppi. Participa da equipe de produção do espetáculo A Noite dos Assassinos, de José Triana, dirigida por Paulo César Bicalho. Adapta O Pequeno Príncipe, de Antoine Saint-Exupery, para teatro infanto-juvenil, com trilha sonora de Fernando Boca, direção de Noema Tedesco. Publica Aula-Viva, com 6 scripts sobre assuntos da História do Brasil para aplicação em Sala de Aula.
Eleito para o Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais, associa-se também à UBE – União Brasileira dos Escritores/São Paulo,SP, à ABRALE-Associação Brasileira de Autores de Livros Educativos/São Paulo, SP e à AEI-LEJ - Associação de Escritores e Ilustradores de Literatura Infantil e Juvenil/Rio de Janeiro.
Publicou contos infantis no Gurilândia, do Estado de Minas, Belo Horizonte, Zero Hora Infantil, Porto Alegre e Gazetinha, do Gazeta do Paraná, Curitiba.

Livros Publicados

Coleção Infantil Vitória Régia/Edita, 1997:
* A Águia e o Coelho
* Clin-Clin, o Beija-Flor Mágico
* Tufi, o Elefante Equilibrista
* Seu Coelhino, em Viagem ao Sol
* O Gato-do-Mato e o Preá
* A Caçada
* O Ataque do Furadentes

Literatura Adulta:
* A Cela- Helbra/1973
Poesia:
* Antologia Poética - Edita/1980

Toponímia:
* Dicionário Geográfico e Histórico do Estado de Minas Gerais – Edita, 1986
* Dicionário Geográfico e Histórico do Estado de São Paulo – Edita, 1987

Coleção Legislação Brasileira/Edições Brasileiras/1993:
* O Condomínio e suas Leis
* Licitações e Contratações Administrativas
* A Empregada Doméstica e suas Leis
* Lei do Inquilinato
* Assédio Sexual no Local de Trabalho

Coleção Infanto/Juvenil/Edições Brasileiras/1998:
* Malta, o Peixinho-Voador no
São Chico
* Santos-Dumont, no Coração da Humanidade
* A Saga do Pau-Brasil

Dramaturgia:
* A Cela – peça adulta, adaptação do livro “A Cela”
* Flicts - adaptação do livro “Flicts”, de Ziraldo.
* Pequeno Príncipe - adaptação do livro “O Pequeno Príncipe”, de Saint Exupery
* História do Brasil, em Aula Viva - adaptação de temas históricos para teatro,aplicados em sala de aula - Edita/1978.

Ver livros nos sites: www.welingtonpinto.kit.net/

www.literaturanacional.kit.net/


www.ensinofundamental.kit.net/


www.legislacaobrasileira.kit.net

www.ministeriodacultura.kit.net/


E-mail: welingtonpinto@globo.com.br

* O livro é um instrumento importante na luta pelo desenvolvimento de uma Nação –W.A.Pinto
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