AO MEU ENTERRO
Poema do Barão de Pindaré Júnior*
Ao meu enterro eu não vou
— vão ter que me levar.
Não quero figuras estranhas
rindo de minha morte,
tomando o meu vinho
e o meu pé,
em espalhafato, lançando
farpas, lembrando gafes.
Depois que estiver morto
ninguém mais vai me ver torto.
Depois de algum pranto
acanhado
de algum amigo do peito
— suspeito —
vou virar santo.
Brasília, 6/4/2007.
*pseudônimo de Antonio Miranda para cantigas de escárnio e maldizer.
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