ESPELHO
Antonio Luiz Macêdo
O espelho não revela o que eu fui
nem muito menos o que serei.
À sua frente me posto
e ele manifesta apenas
o que eu sou agora,
por fora, por ora.;
por dentro nada denuncia
nem de noite nem de dia,
nem à lua nem ao sol.
Seu amálgama de prata
explora os sentimentos
e as emoções dos corações
que exteriorizam
o que não podem esconder,
escolher, reviver, renascer
dos escombros passados
e da restauração futura,
presente somente na mente
de quem sente o que foi
e o que não será.
Na imagem simétrica
sem métrica e sem rima
que ele reflete, o reflexo
sem nexo, anexo de mim,
vejo-me dentro da luz
e me ajoelho, e me espelho,
e me assemelho, sim.
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