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Contos-->Mesmo de brincadeira -- 12/06/2006 - 16:18 (Waldyr Argento Júnior) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Niterói, 11 de Junho de 2006

A lua cheia clareando o céu no início da noite iluminava os sonhos do poeta que passeava pelas águas da Baía de Guanabara naquela antiga embarcação. Tudo isso o fez viajar para aquela praia linda onde conheceu a pequena, doce, bela e alva princesa com canto de sereia do mar. Talvez fosse o olhar triste que vinha do seu rosto, ou quem sabe, o brilho dos seus olhos que o levaram a abordá-la naquele dia de sol. O fato é que era noite de luar e a saudade o fazia lembrar dela. O dia seguinte deveria ser de festa, afinal era dia dos namorados e queria que fosse comemorado como a muito não fora. Pena que haviam brigado no fim-de-semana anterior e que os fones mudos celebravam em uníssono a canção do adeus. Na sua mente a suave melodia da famosa canção do quatorze bis:

"Quando o céu incendeia e acende uma estrela no coração
Quando a lua passeia e a vida acontece numa canção,
Que imagino te ver, que eu começo a sonhar
Que eu me lembro demais
Que eu me vejo beijando você..."
- Música do 14 BIS

É, e o poeta se viu beijando sua namorada. Lembrou do primeiro beijo tendo o mar e a areia branca como únicas testemunhas no fim de tarde na qual se conheceram. Recordou-se também que ficaram assistindo o pôr-do-sol ao mar tendo como fundo musical o som do "Bolero” de Ravel, que ficaram curiosos a respeito do fato e resolveram perguntar ao dono do quiosque que lhes informou que era de praxe colocar aquela maravilhosa canção durante a cerimônia de despedida do Astro-rei. Beijaram-se mais algumas vezes e entornaram mais algumas saideiras. A noite que estava chegando parecia mágica. Poesia, amor, paz e canção.

"Mesmo de brincadeira eu sigo o que fala o coração
Faço à minha maneira da vida nascer uma canção , hei lá!
Que imagino te ver, que eu começo a sonhar
Que eu me lembro demais
Que eu me vejo beijando você..."

Encontraram-se mais algumas vezes. Ele conheceu a família dela. Duas belas meninas, uma de dez anos e outra já de vinte. O poeta já estava começando a gostar da rotina. Cinema com a mãe e a pequenina. Chope com a turma toda no início da noite. E num dos poucos momentos em que ficaram novamente sozinhos o versejador virou novamente criança durante um namoro dentro do carro que o fez lembrar os tempos de adolescente. Foi quando ao final de um longo beijo escapou-lhe a seguinte frase:

- Que vontade!

- Que vontade de quê? - indagou-lhe a menina.

"Que vontade de te ver de querer te abraçar
De correr pela areia , eu preciso te achar
Que vontade de te ver de querer te abraçar
De correr pela areia ,
Que vontade de amar você".

Agora em sua mente tão somente a doce melancolia da lembrança que se foi na solidão que imperava na âmago do poeta. No dia seguinte seria dia dos namorados, tantos planos e presente comprado. Mas, não havia de ser nada, afinal era época de copa do mundo então o melhor a fazer seria seguir o jargão: "Bola pra frente que é jogo de campeonato mundial". Quando então mais resquícios da canção invadiram a sua cabeça:

"Que imagino te ver...
Que vontade de ver..."

Lembrou-se então daquela noite que passara sozinho naquele restaurante onde várias vezes se encontraram, onde escrevera versos que pareciam sem nexo naquela época. Acho que o poeta já premeditava o fim do romance. Pediu um chope gelado e transcreveu na mesa o poema que havia escrito para celebrar o namoro que mal havia começado e que já chegara ao fim. Enfim, a poesia antiga parecia agora fazer sentido.

VERSO BRANCO 19/05/2006

Eu hoje escrevi um verso branco
Da sua cor
Da cor do vazio
Que sinto sem você

Eu hoje escrevi um verso branco
Da sua cor
Da cor da areia
Que havia quando conheci você

Eu hoje quis mandar-lhe
Nuvens brancas
Bandeiras brancas
Da sua cor
Da cor da paz
Que sinto quando estou com você

Eu hoje sou verso branco e vazio
Eu hoje sou só um grão de areia
Sou nuvem branca vagando sem rumo
Sou somente este verso branco
Que sente saudade de você.

(*) Para Márcia.
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