Beijos Poéticos
Iracema Zanetti
Quantos poetas me beijaram,
e eu beijei?
Nem eu, mais sei!
Deixei-me ser beijada,
e beijei muito mais do que pensei,
para sentir se o gosto dos beijos
de poetas, têm o gosto que a gente pensa que tem!
Percebi logo, que me enganei!
Não senti o mesmo gosto,
em cada beijo que provei!
Não pensem que não gostei
dos diferentes sabores!
Foram tantos... mas de um só...
até hoje... lembro o gosto...
Há de haver em cada boca,
um toque mágico, aproximando-as,
à procura da língua que lhe cause
imensos tremores, choques,
coração fora de compasso,
calafrios generalizados,
sobre a pele que nos reveste o corpo!
E o gosto gostoso ao ver prontamente
nosso pedido atendido:
Ai, deuses...
Poeta, beija-me de novo!
Vai, beija-me mais um pouco!
Na loucura de nossos beijos,
sentir uma onda, de nem sei quê,
mexer com a libido da gente,
e sem decoro, a gente nada esconder!
Receber, e responder ao beijo,
sôfregamente!
Tentar lembrar para toda a vida,
o gosto da boca,
e o rolar das línguas, brincando, no céu da boca!
Não tentar decifrar o enigma
da vontade que sentimos de beijar!
Ficar à espera,e na esperança,
de beijar a mesma boca,
pelo menos mais uma vez...
Para se ter certeza,
do gosto que o beijo tem!!!
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