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Contos-->Ao redor do coreto -- 11/07/2006 - 08:56 (Heleida Nobrega Metello) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Ao Redor do Coreto


Heleida nobrega, 2004




Beirava os anos 70. A manhã estava bastante fria e as folhas do outono ainda forravam o chão de marrom. Finalmente, o tempo de troca da guarda. O inverno anunciava a sua chegada.

Uma importante reunião havia acontecido nas proximidades da praça principal.

Os participantes formavam um grupo aparentemente heterogêneo, embora filhos da cidade. Demonstravam animação perante os resultados. Todos aparentavam ter concordado com a proposta apresentada.

Na saída, ao redor do coreto, cada dupla ou cada pequeno grupo se isolava e ainda arriscava alguma opinião.

Momentos de altercação favoreciam a impressão de que o desenrolar da cena lá dentro não havia sido tão democrático.

Finalmente o dia começava a esquentar. O sol despontava com mais vigor. Delicadamente iluminava e aquecia os corpos que ainda se movimentavam com bastante entusiasmo.

Afinal, nas cidades pequenas era sempre assim que se desdobrava qualquer ocorrência.

Qual a real importância: o tema em questão ou a oportunidade para um encontro e uma acirrada discussão?

AO REDOR DO CORETO

Heleida Nobrega, 2004



Na verdade, o antes e o depois pareciam sempre muito mais emocionante, mais divertido.

À medida que o sol se posicionava e se colocava a pino os grupos começavam a se dispersar. O eterno ritual da despedida.

Alguns de cabeça erguida, outros cabisbaixos, cada qual tomava o seu rumo. A grande maioria seguia vagarosamente.

Contavam a partir daquele minuto os dias e as horas para a chegada da próxima reunião.

Na realidade, estas pareciam ser as únicas ocasiões nas quais, legitimamente, ainda podiam sentir-se vivos e participativos.

Alguns deles eram esperados pelas esposas. Outros, já viúvos, aguardados pela solidão.

No entanto, dentre eles estavam também os que davam passos mais ligeiros. Não queriam perder a oportunidade de ver e abraçar os netos antes que os mesmos saíssem para a escola. A alegria de suas meninices revigorava seus corações. E agora, mais do que nunca este contato parecia-lhes vital.

Desta, ou daquela maneira, todos retornavam para a velha rotina do aposentado.
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