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Textos_Religiosos-->O Slippery Slope da eutanásia -- 21/06/2007 - 11:44 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O «Slippery Slope» da eutanásia

Denuncia o doutor Renzo Puccetti

www.zenit.org

PISA, quarta-feira, 20 de junho de 2007

«É um fato: nos países onde é legal, a eutanásia é praticada em maior medida», responde o doutor Renzo Puccetti aos que qualificam de «mito» o «slippery slope» em questões de bioética.

O especialista em Medicina Interna e secretário do Comitê «Ciência e Vida» de Pisa-Livorno (Itália) explica à Zenit que o termo inglês «Slippery Slope», «ladeira escorregadia» se refere a «esse processo pelo qual, uma vez admitido um determinado comportamento, se torna mais fácil a progressão para outro comportamento situado na mesma linha que o primeiro, mas ainda menos admissível».

«O da eutanásia é um dos numerosos campos de aplicação do princípio do ‘slippery slope’», alerta.

Aludindo ao primeiro passo desse efeito, o especialista aponta, por exemplo, o argumento da «liberdade», e questiona que se trate de uma «verdadeira liberdade», mas de «uma liberdade que nega a si mesma, negando seu próprio pressuposto necessário, a vida».

«O homem que decide pôr fim à própria vida, diretamente ou através do médico, realiza o máximo da divisão humana, porque antes de morrer é homicida de si mesmo», sublinha.

Em segundo lugar, explica que para contemplar um «slippery slope», é necessário «situar-se fora do sistema», «subir a um ponto de observação alto e imóvel», e «o único com estas características é aquele recebe a pessoa como um bem incondicional, desde o primeiro até o último instante de vida».

O doutor Puccetti se ajuda da reflexão personalista do filósofo Robert Spaemann para sublinhar «como a legalização da eutanásia já é um mal».

«Não podemos conceber a pessoa mais que como ser dotado de dignidade incondicionada» -- aprofunda; mas, «uma vez legalizada a eutanásia, algo muda: viver quando se está enfermo ou se sofre já não é um fato, mas uma escolha que enquanto tal deve estar justificada», e isso é precisamente «a contradição da proposição precedente».

«O filósofo Stephan Kampowski observa que o “slippery slope” não necessariamente indica o que acontecerá, mas indica o potencial intrínseco de monstruosidade precisamente de cada passo», continua o médico italiano.

E o processo de promoção de tal «irresponsável princípio libertário é, portanto, assimilável a enterrar uma inocente semente que, ao contrário, quando germine, dará vida a uma planta carnívora que espera pacientemente a presa, o próprio homem que a semeou», alerta o doutor Puccetti.

Aplicações
O médico adverte que, «uma vez reconhecido o princípio de autonomia absoluta como elemento central das decisões bioéticas, inevitavelmente entra em cena o princípio de justiça, entendido de tal modo que se existe alguém que tem uma liberdade, a mesma liberdade deve ser reconhecida a todos».

Assim -- seguindo sua explicação -- se tornaria novamente obrigatório «admitir uma série de práticas com relação às quais o homem precisou de séculos para compreender sua natureza contrária à dignidade da pessoa», por exemplo, os duelos por honra.

«Mas poderíamos acrescentar a tomada de substâncias dopantes e o recurso às mutilações genitais por motivos culturais»; todas se converteriam -- adverte -- em «possíveis declinações da justiça libertária».

Casos úteis para compreender este «slippery slope» são: o holandês, o belga e, inclinado para o suicídio assistido, o Estado de Oregon e a Suíça, «países nos quais tal prática é legal», exemplifica.

Em teoria, de acordo com o doutor Puccetti, «a disponibilidade de meios cada vez mais eficazes para o controle da dor e do sofrimento corporal deveria se associar a uma progressiva redução do número de eutanásias».

«A publicação do último informe sobre a aplicação da lei holandesa na qual o número de eutanásias se havia reduzido pela primeira vez, depois de três informes consecutivos que haviam demonstrado seu aumento, foi utilizada para negar o ‘slippery slope’», mas «os dados assim apresentados são enganosos».

«A aparente redução do número de eutanásias foi o resultado da passagem a outras formas de antecipação da morte, levadas a cabo mediante a interrupção da alimentação e da nutrição em sujeitos em sedação paliativa, e a intensificação dos cuidados», revela o especialista.

«Sobre a base dos dados oficiais holandeses, belgas e de Oregon -- aponta --, a marcha geral do fenômeno é atualmente o de um crescimento inicial do número de eutanásias que depois tende a nivelar-se. É um dado, de fato, que nos países nos quais é legal, a eutanásia é praticada em maior medida.»

E «outro marcador da pendente ética está constituído pela extensão das indicações» -- afirma; por exemplo, «o fenômeno se desenvolve na Holanda em sua totalidade, passando da despenalização de fato da eutanásia voluntária de um paciente em fase terminal -- em 1973 -- à eutanásia voluntária para enfermos crônicos, à eutanásia não voluntária, à praticada em pacientes que sofrem psicologicamente, para chegar a consenti-la sobre a base de um mal definido como ‘sofrimento existencial’ e estendê-la aos neonatos com deficiências (protocolo de Groninghen)».

O doutor Puccetti também denuncia «o uso propagandístico de filmes como ‘Mar adentro’ e ‘Um bebê de um milhão de dólares’».

«Certamente, no contexto democrático há muita mais ‘dispersão’, mas não devemos menosprezar o pensamento fraco. Este tem lábios suaves, mas dentes de aço. A ditadura do relativismo é poderosa. A luta está em andamento; enquanto a dignidade da pessoa, e com ela a própria pessoa, se mantém atada e se soltam os leões à arena, hoje nos é confiada a tarefa de defendê-la», conclui.



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