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Artigos-->Menage à Troix -- 10/03/2001 - 18:26 (denison souza borges) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Eu sou Alberta, fêmea, 22 anos, já fui adepta do ménage.

Um ménage-à-trois (ou qualquer outra aberração semelhante) não é um ato de amor. É uma relação humana que leva um número no nome. É um jogo—uma decadente luta de poder com toda a arte durável e a profundidade emocional de uma música de discoteca. É uma situação em que as regras estão temporariamente suspensas. Portanto, divirta-se! Fiz meu primeiro ménage-à-trois com a tenra idade de dezoito anos. O namorado de uma amiga vendou meus olhos e me atou ao corpo desta amiga: segundo suas instruções, deveríamos dizer tudo o que ele estava fazendo (já que não podíamos nem ver nem nos mover). Que mestre de cerimônias havíamos arrumado!

Mas se é tão divertido, por que será que sempre um ou mais dos caras ou das mulheres que participam terminam chorando? Na situação que acabei de mencionar, eu topei porque estava afim da minha amiga, e ela porque tinha medo de perder seu namorado, e ele provavelmente porque queria chifrar sua namorada sem ter problemas. Nenhum dos três estávamos realmente motivados a fazer parte de um ménage-à-trois, e depois a gente se sentiu mal. (Apesar de que nada como o arrependimento para se aprender algo da alma da gente. E a idéia de vendar meu olhos confesso que gostei.)

O sexo em grupo me parece uma coisa estranha, um bicho que está sempre escapando, não importa o número de vezes que conseguimos temporariamente capturá-lo. Nunca conseguimos fazê-lo "bem" ou "melhor". Somos sempre um novato. É um acidente prazeroso do qual terminamos sendo a vítima. Um encanto cósmico que não existe no mundo real das hipotecas, do câncer, das crianças e das bodas de prata; uma fantasia de fluidez que é impossível de se concretizar num plano humano. Mas sempre temos novas esperanças, e renovamos nossas fantasias — porque o ser humano é otimista e sonhador. "Se o homem pode viajar à lua", pensamos, "então porque não podemos realizar um ménage-à-trois perfeito?".

No meu caso, tudo o que faço é sentar para escrever sobre sexo e, ainda assim, com esta ocupação pouco estressante, se participasse de um simples ménage-à-trois, atrasaria com meus compromissos da semana e meus textos sairiam mal escritos—além de certamente apanhar um resfriado.

Um ménage-à-trois é normalmente cansativo, tanto físico quanto emocionalmente falando, por ser uma coisa tão pouco natural. Você nunca vai ver um ménage-à-trois entre gazelas num documentário especial da National Geographic. Porque os animais sabem como são as coisas. Somente o ser humano é estúpido o suficiente para desafiar tudo. Deus não aprova um ménage-à-trois. Três é demais! Pelo menos no dia seguinte!!!

O maior problema com um ménage-à-trois é quando ele acaba, quando abrimos os olhos e os outros ainda estão lá. E temos que dizer alguma coisa agradável. E nos perguntamos se realmente somos uns pervertidos.

Antes e durante o ato, tudo é maravilhoso!—você é uma fêmea sexy, louca e selvagem. Mas quando você se satisfaz e se enrosca no seu companheiro, é bem provável que você pense: "Quem é essa outra pessoa depravada que ainda está se retorcendo ao nosso lado? Quando amanhece, você descobre que essa garota dinamarquesa que parecia tão interessante no bar, tem uma cara quadrada e opiniões políticas difíceis de engolir. De modo que você se encontra encurralado, ao meio-dia, no seu único dia livre, com estas duas … pessoas… quando o que você realmente gostaria de fazer era colocar seus e-mails em dia e tomar um demorado banho de imersão vendo revistas.

Aprendiz de pervertido, atenção: uma vez que você se inicia, pode viciar-se e querer repetir a dose com um número cada maior de pessoas.

Não sei porque nunca me convidaram para uma orgia completa. Participar de uma orgia foi uma das coisas que sempre quis fazer mas nunca encontrei o momento, como pular de paraquedas, viajar ao Japão, ou ler a obra completa de um clássico da literatura. Esses arrojamentos anônimos são tão intigrantes, mas os procedimentos tão complicados! Como conseguir que cinco ou mais pessoas estejam a fim ao mesmo tempo, ou simplesmente que se encontrem num quarto ao mesmo tempo? Você estará pensando: "Credo! … esse cara asqueroso está me tocando. Ele está quase trepando comigo e não posso fazer nada! Estou presa debaixo desse cara! Qualquer um pode fazer o que quiser comigo. Oh, aii, mas o que estou sentindo não muda só porque é com esse cara vulgar … na vida tudo é tão relativo. Oh, mais forte! Mais forte! ..."

Sabe de uma coisa: Eu quero é só eu e meu gato mesmo no cantinho, na boa, sem misturas e carnavais... melhor assim...





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