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Artigos-->COISAS MAIS QUE INEXISTENTES E NUNCA ANTES PENSADAS -- 12/10/2002 - 18:59 (Cristiano Oliveira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
COISAS MAIS QUE INEXISTENTES E NUNCA ANTES PENSADAS





Já Escrevi uma vez, aqui neste portal, que anões não morrem. Naquele instante eu explicava por que cheguei a essa conclusão (Veja o meu texto: “Dilema de anão: Imortalidade”). Dizia que nunca vi nem conheci alguém que tenha visto um enterro de anão. Pois saibam que agora eu descobri outras coisas que inexistem, e que são tão ou mais curiosas que a imortalidade do anão.



Basta que dediquemos um pouco de atenção ao louco que mora dentro da gente, e com pequenos exercícios de dedicação ao ócio, principalmente naqueles momentos que não temos o que fazer a não ser pensar besteiras, que passamos a descobrir coisas que deveriam existir, mas não existem. Quer ver?



Você alguma vez já viu algum mendigo careca? Com certeza já viu um com a cabeça rapada ou mesmo calvo, mas com a careca igual à do Esperidião Amim, com certeza nunca. Por que será que as madeixas dos mendigos são tão fartas? Eu já descobri que eles não são “Pouca-Telha” (assim que se chama jocosamente o careca), mas preciso da sua ajuda nessa filosofia da bobagem, para descobrir o porquê disso. Inclusive, enquanto buscava a resposta, quando me indagava sobre a careca dos mendigos, eu descobri outra coisa interessante: mendigo não contrai matrimônio de jeito nenhum. Sabe Por que? Por que é dos carecas que elas gostam mais.



Não é só isso. Acredite se quiser, mas o que não existe, também, é japonês negro. Não existe mesmo! Ou melhor, eu nunca ouvi falar que exista. Pode até ser, leitor, que você já os tenha visto alguma vez, mas com certeza foi só você, pois aqui na minha cidade eu nunca os vi, e olha que moro numa metrópole. Eu já cheguei a ver, em uma revista, um bando de japoneses disfarçados de negros e jogando capoeira. Eles usavam rastafari, colares coloridos e abadás. Acho até que se tratava de uma tentativa de infringir a lei de cotas para ingresso de negros nas universidades. Se depender só dessa parte da genética, os japoneses jamais entrarão nas universidades.



Para aqueles que gostam de um pouco de esbórnia, vai outra coisa inexistente: Filho de Puta chamado Júnior (desculpe-me o impropério). Esse problema tem um quê de jurídico, uma vez que júnior não é propriamente um nome, mas um agnome, ou seja, uma denominação usada exclusivamente para diferenciar pai e filho que tenham o mesmo nome. Assim, filho sem pai jamais o merecerá. Engraçado, agora entendi porque quando eu perguntava aos amigos cartorários se eles já haviam conhecido algum júnior que não tivesse o nome do pai na certidão, eles eram enfáticos em dizer que não. Chegaram mesmo a dizer-me que era sorte não nascer júnior, pois todos que assim se chamam já foram mimados, posto que são, geralmente, filhos únicos. Eu discordo dessa assertiva, mas confesso não saber o que é pior nesse caso: se chamar Júnior e ser mimado, ou não se chamar Júnior e passar por Filho da Puta (desculpa de novo).



A última das coisas inexistes, por hora, nem a ficção cinematográfica algum dia registrou. Trata-se de geladeira preta. Isso mesmo, geladeira preta. Linda e imponente em uma cozinha, a geladeira é objeto imprescindível na casa da família moderna. Como necessidade, só perde para televisão e fogão. Mas ainda que a família seja gótica ou punk, como é o caso da família de Ozzi Ousborn (aquele roqueiro doido que arrancava com os dentes a cabeça dos pobres morcegos e agora virou tema de “reality show”), a geladeira não é preta. Já cheguei a ver geladeiras vermelhas, marrons e amarelas, mas preta nunca. Lembro-me até da infância, quando éramos todos avisados sobre o perigo de ficarmos trancados nas geladeiras da GENERAL ELECTRIC, aquelas que tinham maçaneta e só abriam por fora, e dentro das quais muitas crianças morreram sufocadas quando brincavam de esconde-esconde. Pois sim, nem mesmo estas funestas geladeira ousavam ser pretas.



Só pra concluir, caro leitor, imagino ter lhe convencido da inexistência dessas coisas. Mas gostaria de lhe dizer que tenho esperança de estar errado em minhas teses. Espero um dia encontrar algumas dessas coisas aqui mesmo, pois se lugar no mundo há em que seja possível que isso aconteça, esse lugar é o nosso Brasil. Na verdade, eu não me assustaria se presenciasse nas ruas de São Paulo, Belém, Belo Horizonte, um cotejo fúnebre de um Anão chamado júnior, nascido na zona de meretrício, que fosse Mendigo, careca, japonês e negro; e por não ter quem lhe encomendasse um caixão, ainda tivesse que ser enterrado dentro do único bem que lhe restou: a geladeira preta.

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