Aceito o teu ódio, meu amor.
Deito ao teu lado. Resigno-me
a um leito onde prezo a dor.
Cedo ao mal de teus desígnios.
Embora unidos, com horror
deposito no peito o que sinto.
O desejo mal sabe se expor
mas nenhum véu oculta o instinto.
É na miséria íntima que reflito,
findo o suor, o espasmo, o ricto.
Eis-me: fantasma contrito e sem cor.
Mas breve desfaz-se em vapor
o teor do meu conflito. E revisito
teu corpo maldito e sem pudor. |