Usina de Letras
Usina de Letras
162 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62231 )

Cartas ( 21334)

Contos (13263)

Cordel (10450)

Cronicas (22537)

Discursos (3239)

Ensaios - (10367)

Erótico (13570)

Frases (50628)

Humor (20031)

Infantil (5434)

Infanto Juvenil (4768)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140805)

Redação (3306)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6190)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Artigos-->Clientes, produtos e afins -- 13/10/2002 - 19:10 (Jayme de Oliveira Filho) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Tudo bem. Profissionais se "formam" aos montes todos os semestres. Mas, e homens? E mulheres? E líderes capazes? E empreendedores arrojados? O que, afinal, é o produto de uma faculdade?



A esta última pergunta deve-se prestar um pouco mais de atenção. É que existe um grande equivoco no que diz respeito aos conceitos de cliente, matéria-prima e produto dentro de uma Instituição de Ensino Superior - IES. Tal fato ocorre em virtude das faculdades enxergarem como clientes aqueles que pagam a conta, ou seja, os alunos. E isso, embora pareça óbvio, é um erro extremamente perigoso.



Ora, o aluno precisa adquirir o status de "matéria-prima" das IES! Precisa ser tratado e respeitado com tal, pois será ele quem, após um longo "processo produtivo", se transformará em "produto" para ser, finalmente, "consumido" pela sociedade. É esta última, portanto, a verdadeira "cliente" nesta relação!



Mas, por favor, não estou querendo afirmar que os estudantes são uma espécie de robô ou andróide programável do tipo Blade Runner. Que não paire entre essas linhas qualquer indício de apego às mordaças educacionais ou aos moldes produtivos que forjam no metal e nas pessoas as formas da conveniência. Não se trata disso. A questão é que, em virtude dessa visão distorcida, os cursos têm voltado sua atenção muito mais aos desejos dos alunos que às demandas da sociedade. E isso é natural, uma vez que também para as IES vale a regra: o "cliente" - aluno - tem sempre razão. Com isso, menor importância tem sido dada às necessidades reais de aprendizado. Atualmente, o que está em voga é a satisfação imediatista dos discentes. O produto da faculdade, dentro deste contexto, torna-se apenas o diploma. E por que se preocupar com educação se o aluno se satisfaz apenas com aquele cobiçado e valioso pedaço de papel? Quem quer correr o risco de perder "clientes" para outras IES em virtude dessa ou daquela nuance educacional? - Não! É melhor ajeitar as coisas, fechar os olhos e satisfazer os seus desejos. Se é o diploma que eles querem...



Me perdoem a insistência, mas é essa idéia que faz do aluno um robô; que o impede de ser visto como um ser intelectualmente único. Capaz, embora bruto; completo, apesar de inexplorado. Ter o aluno como uma matéria-prima humana pode - especialmente nesses tempos de industrialização desvairada - parecer algo rude e desrespeitoso, mas, longe disso, é uma maneira de reconhecer o seu potencial. É vislumbra-lo como uma gema pronta para ser lapidada. Como um pássaro pequeno que precisa adquirir força e coragem para poder voar. E uma vez aprendida a arte do vôo, qual ave não quer subir ao céu em busca de novos horizontes? E não é verdade que, embora as árvores todas serpenteiem com sensualidade suas copas, são os pássaros que voam mais alto os que melhor escolhem aquelas onde construirão seus ninhos?



Mais que distribuir diplomas ou formar profissionais, é hora de nossas IES começarem a se mover para transformar meninos em homens. Homens em cidadãos. Livres, corajosos, verdadeiros. Como pássaros. Como águias.
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui