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cronicas-->AO INVES DE CARRO, B ARCO -- 27/06/2004 - 16:22 (Maria Luiza Kuhn) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
AO INVES DE CARRO, BARCO.


Observo o mar na ilha de Santa Catarina. Na sua imensidão azul e eterna. Sereno e imponente. Vital e generoso.
Agora que o "Catarina" já chegou e registrou seu estrago, a vida continua e eu com uma semana de férias, mudei de paisagem.
Histórias insistem em me fascinar.
Fizemos um passeio na Lagoa da Conceição.
Singelo, como singela a embarcação lotação que nos leva.
Funciona de hora em hora como "ónibus" urbano aquático e tem paradas pré determinadas Tem seu motorista, o barqueiro. De pele curtida, sotaque mané e aparente pressa nas palavras. Energia serena nos braços de músculos salientes, muitos calos curtidos nas mãos de lidar com aquele pedaço de pau que deve ser o leme. Cuidadoso e preocupado em nos explicar (aos turistas) onde são as paradas para retornar ao ponto de partida.
Fomos até o lugar chamado Costa da Lagoa. Com o barco leva-se cerca de 45 minutos. De lancha acho que no máximo 10 minutos.
A costa abriga cerca de 1200 moradores. Gente simples e tranquila . Tem uma pequena e simpática escola, um postinho de saúde, uma capela e um salão paroquial. Coisas que vimos. No salão paroquial, acontecem entre outras coisas, bailes quando não é quaresma como agora. Não tem banco nem supermercado.
Tem alguns pequenos restaurantes rústicos e simpáticos que naturalmente servem frutos do mar. Tudo de bom.
E a vida lá, a pequena distancia da sede da lagoa segue como o curso de um rio (aliás tem também uma cascata lindinha lá). Há nascimentos, funerais, casamentos, festas e uma imensa paz. Conversei com uma moradora, professora primária que sentou ao meu lado no barco. Dizia-me ela: "Minha casa fica aberta todo dia, não há ladrões, problemas desse tipo. Aqui um cuida do outro".Mas ela, a professora como mulher do seu tempo, cumpre três turnos. Dá aula, cuida da casa e dos filhos e a noite vai estudar em Floripa (Pega o barco, depois pega ónibus e volta à meia-noite).
Na costa, aonde só se chega de barco, passeamos um pouco pelas trilhas, pois não há ruas e nem tampouco carros. Sentamo-nos sobre uma espécie de trapiche num dos restaurantes, embalados pela brisa inigualável do mar, abrigados pela doce sombra de uma arvore quase ramada que muito a propósito chama-se "sombrero". Os petiscos e os sucos estavam ótimos, e conversando com um jovem garçom, simpático e discreto, dono de um sorriso de dar inveja a qualquer dentista estético descobri uma peculiaridade: As moças e rapazes moradores da costa têm alguns sonhos de consumo, como os nossos jovens por aqui, sinta o dialogo:
-Como fazem para se divertir os jovens daqui?
-Vamos até a Lagoa, quando não tem baile aqui no salão paroquial.
-E aí tem embarcação de hora em hora mesmo na madrugada?
-Não, aí a gente vai no meu barco ou no dos amigos que também tem um.
-Quer dizer que aqui...
-Sim aqui não temos carro, temos barco....
Tão perfeitamente normal para eles, tão peculiar para mim.

Ma.Luiza/2004


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