DESORDEM
Um quarto
De grandes janelas abertas,
Que deixam entrar no quarto.
Um forte vento contente,
Que dá vida às cortinas,
Que dançam no mesmo quarto.
A cama bonita, desfeita.
Toalhas molhadas,
Em cima da cama.
Tapetes com franjas embaraçadas,
Desalinhados no chão,
Só sentem a alegria do vento.
Poemas desrimados,
Lançados em papeis amassados,
Que vez ou outra,
Também animados pelo vento,
Contentes como as cortinas,
Dançam no meio do quarto.
O vidro de tinta,
Vendo toda essa festa,
Enche-se de coragem.
Gargalhando, ele salta.
Tingindo a mesa,
Alguns poemas
E o tapete no chão.
E nessa desordem diária
Da minha desordenada existência,
Como posso entender
Os meus emaranhados pensamentos
E os tão fortes sentimentos
Do meu descompassado coração?
Célia Regina Bortolo 12/01/2001
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