As digressões de um inepto a respeito de economia.
Vamos aos fatos concretos ou, ao menos, ao raciocínio leigo sobre os dados, que são de conhecimento público.
Em 1843, o Imperador D. Pedro assumiu, em nome do país - ou o país em nome de D. João VI – a sua primeira parcela da dívida externa brasileira, com os ingleses.
Desde este episódio, até o ano de 1994, transcorreram cento e cinqüenta anos e a dívida do país (interna e externa) remontou a 210 bilhões de dólares (150 anos = US$ 210 bilhões).
Neste período o país cresceu, se modernizou, se industrializou e se desenvolveu, quase no mesmo ritmo que o restante do mundo desenvolvido. Naturalmente, à custa deste crescimento brutal do endividamento público.
De 1994, até o presente momento transcorreram mais oito anos e a dívida brasileira atingiu o patamar dos 721 bilhões de dólares (8 anos = US$ 511 bilhões).
Um período histórico, onde o crescimento e o desenvolvimento da indústria estagnou, onde a economia virou uma torre de babel, onde o patrimônio público foi dilapidado pelo socorro a banqueiros corruptos, por “privatizações” que fizeram jus à mais correta acepção da palavra, etc.
Porém, sejamos justos, nem tudo estagnou. Na área de saúde pública houve um enorme crescimento do elemento “ausência de”, e até o retorno de moléstias fatais (a nível epidêmico) que se pensava erradicadas.
Mas, deixemos de lado a filosofia inútil e, tornemos à nossa aritmética de ponta dos dedos:
Se os governos que sucederam o de D. Pedro I precisaram de 150 anos para atingir a um montante “x” de endividamento público, e os seguintes precisaram de, apenas, oito anos para conseguir um crescimento desta dívida em 243%, chegamos à conclusão de que eles foram capazes de fazer em oito anos, o que os anteriores necessitariam de 364 anos.
Uma façanha e tanto, não?
Carlos Gama."www.suacara.com"
14 de outubro de 2002 – 01,42 hs
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