O silêncio ocupa várias maneiras de expressão...
nalguns casos é puro desprezo,
noutros pura solidão e,
raramente,
eterna paixão!...
Insiste numa sandice que machuca o peito e
fere a garganta que tenta contê-lo sem medida...
descomedido vai nascendo este apelo!
Risos pelos riscos da entrega!
Gritos pelas alegrias libertas,
embora os sons não consigam ribombar com resultados almejados!
Silêncio puro...
silencio-me afogando o meu sonho com a aspereza do ai!
Talvez eu fale demais com o mutismo da minha alma e
você se assuste com a declaração que faço ultimando o abraço!
Talvez não consiga os seus braços e
nem as asas das suas quimeras,
mas vou lhe cingir tentando não entender a gélida estátua desumana!
Talvez eu já tenha lhe entendido no tédio da mudez...
mas o amor, muitas vezes, nos torna indefesos para a compreensão da vida...
talvez...
você tenha repetido tudo que eu nunca quisera saber e,
por isso,
continue me enganando e
persistindo para ouvir o que o silêncio tenha dito!
A inexpressão dessa mudez perdida nestas infinitas dúvidas do talvez ignora a minha dor e, por mais que eu tente sensibilizar seu coração, não terei tocado a sua alma na surdez da sua vida!...
O silêncio é fato mesmo com o meu grito!
Grito no silêncio do meu peito!
Peito sem o coração... seu!
©Balsa Melo
01.07.07
Paraíba - Brasil