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Poesias-->2007 -- 04/07/2007 - 09:02 (Deborah Douglas) |
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2007
O ano novo começa
Começa já com um medo contido
Com um amor afligido
Com a esperança renovada
Mas com um tremor intenso
Causada pela possível revoada
Da inspiração
Já não sei o que dizer
Paranóia? Loucura sem fim?
Ou será o simples medo do poeta?
Que seria o mesmo de quebrar a pedra
Sem o martelo, ou a enxada, ou o fundamental instrumento
Da sua produção
Seria órfão não de pais
Mas de paixão
Não de gente
Mas de amor no coração
Como começa já vejo
Mas não enxergo mais além
Talvez isso seja uma dádiva
Não saber do próprio destino
Simplesmente deixar a vida andar
Num fluxo de água contínuo
Mas que encontra obstáculos
Muitas vezes pedras
Que sem o instrumento para perfurá-las
Recorre à água a sua suma paciência
E usa a sua essência
A essência da razão
E de uma maneira ou de outra
Como um vento penetrante
O poeta se introduz no meio do furacão
E usa a vida
E enxerga as pessoas
E degusta os sentimentos
E extrai do intocável
Algo mais palpável
A poesia
Mesmo sem inspiração
Deborah Douglas (pseudônimo Alma Collins)
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