Trinta Anos...
Sou do tempo do brilho e purpurina. Hoje: gloss e glitter
Sou do tempo do reinado da Susy. E não do principado da Barbie.
Todas as bonecas vinham vestidas de noivas. Hoje? De tudo, menos noiva.
Sou do tempo do ELEPÊ. Naquela época eu ainda comprava!!!
Ah. Não sou do tempo do creme Nívea, nem Água de Colónia. Fui fase de transição do Minancora para o Renew. Pode?
A máquina de datilografia me ensinou a digitar no computador!
Quando criança imitava a Gretchen e adorava calçar minhas congas brancas alvejadas na base da escova de lavar roupa.
O pão não era pãozinho.
Na juventude tinha cara-pintada. Botaram e tiraram o Collor. Eu não votei aos 16. Piercing era coisa de cantor americano. Tatuagem só de Chiclete.
Não tinha Quem, Caras - era só Contigo com fotonovela.
O ápice do ibope da novela das oito era uma briga de puxão de cabelo entre duas mulheres, uma rica e outra pobre. De preferência com a Claúdia Raia.
Casseta e planeta era revista contrabandeada no submundo longe dos pais.
O máximo do domingo era assistir Silvio Santos e sonhar com a bicicleta. Naquele programa que abria a latinha e pulava uma cobrona com papel picado.
Guaraná vinha de litro em garrafa de vidro e só tomando em domingo ou festa de rico.
E para revelar o filme com as fotos do natal, meu pai tinha que fazer ginástica com o orçamento familiar do ano inteiro.
E minha vó dizia que calça jeans era coisa de peão americano...
