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cronicas-->INTERNET -- 15/10/2000 - 18:13 (José Renato Cação Cambraia) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Pra quem não conhece, a Internet não passa de uma desculpa pro preguiçoso que não pensa em outra coisa senão ficar sentado o dia inteiro na frente do computador vendo mulher pelada. Ou para os malucos solitários (os "estranhos" e os nerds), que preferem manter relações sociais apenas no mundo virtual, através dos chats, ou salas de bate-papo. Confesso que eu mesmo, durante a faculdade, costumava criticá-la, assumindo uma posição de "capiau avesso às novas tecnologias defensor das jabuticabeiras e do cheiro da chuva". O que tinha um certo charme, mas que não durou muito, considerando que todos os meus amigos na escola eram, logicamente, politécnicos como eu, viciados em "doom" e "tetris" na HP. Desde então me rendi às facilidades e inutilidades que a rede mundial nos oferece. Mas naquela época eu nem podia imaginar até que ponto minhas necessidades iriam depender tanto da Internet. Ou melhor, que elas iriam aumentar.
Por exemplo, escrevo esse texto ao mesmo tempo que dou download de um arquivo mp3 (uma música do filme Quem vai ficar com Mary?), localizado num site italiano, utilizando meu notebook Toshiba (yes!), que posso levar até no banheiro se eu apenas comprar mais fio de telefone. Só compro meus livros na Submarino, onde saem cerca de 18% mais baratos; através do ICQ, encontro e converso com meus amigos que não moram aqui, e também com os que moram; envio beijos cheios de saudade para minha querida florzinha Fabiana quando ela está em Marília; mando cartões de aniversário, de congratulações, como o de parabéns pelo nascimento do filho do Neto, o pequeno Pedro, (que, se Deus quiser, não dará ouvidos à sua mãe, a palmeirense Flávia, e será num futuro próximo mais um a engrossar as fileiras do colossal clã de fiéis a São Jorge. Se não, terei mais uma chance logo...). Recebo alguns comentários dessas cronicas, que também publico no site www.usinadeletras.com.br, inclusive por e-mails do meu grande amigo Edgar Kono, um dos meus mais assíduos leitores, que está no Canadá neste momento com seu roommate coreano (e aí, Kono, será que o Candinho vai tirar o timão da lama?), comento filmes "cool" com o Waltão (isto é, quando aquele argentino viado resolve aparecer), mando meus projetos para plotagem em Assis por e-mail, recebo muitas piadas, figuras, animações, vou no Itaú pagar minhas contas, pego receitas da Ana Maria Braga pra minha mãe, vejo os novos modelos de canivete da Victorinox, assisto trayllers de filmes, consulto os cinemas de Marília, compro presentes que chegam na casa da pessoa, me comunico com parentes em Portugal e ultimamente tenho procurado sites que me ensinem a lutar Kung-Fu pela Internet.
É, a cada dia que passa parece que fico mais preso no gigantesco mundo das possibilidades virtuais de comunicação e consumo desenfreado. Mas nada disso se compara ao que aconteceu com meu grande amigo professor Tatuzinho, que foi presenteado pela rede mundial com esposa e trabalho. Como se não bastasse ele conseguir um emprego, conheceu também a futura Sra. Tatu (que ela me desculpe pela extensão, mas vá acostumando, Dra. Luciana) pela Internet e se mandou de São Paulo, a "horripilante tragédia urbana", conforme suas próprias palavras, para viver em Recife, "entre os perfumes da brisa, da comida e do amor" (bonito, né? Êita, professor Tatuzinho, se todos fossem iguais a você...).
Sem dúvida, a Internet já está na nossa vida, e quem não está acostumado com ela, cedo ou tarde terá que experimentá-la. Não adianta fugir. Pode falar mal, mas logo você também vai precisar dela, ou nem sequer conseguirá trabalhar. Se você, que é um pai ou avó que não tem a mínima idéia do que eu estou falando, peça para seu filho, ou neto, lhe explicar. E você, filho, que fica horas babando na frente da tela do seu micro, não se esqueça de duas coisas: de dar bom dia para as caixas de supermercado e que mais vale um gol marcado no campo do Tênis Clube do que no Fifa Soccer. Mesmo que seja o 2000 e você esteja com um monitor de 19 polegadas e uma placa aceleradora 3D.

Jornal A SEMANA 14/10

GLOSSÁRIO
Doom: jogo 3D de ação e violência, muito popular há alguns anos, principalmente nos escritórios e nas universidades que possuíam vários micros em rede. Foi um grande causador de inimizades.
Tetris: aquele joguinho onde peças de vários formatos vão caindo e, quando você completa o fundo, a linha some, vendido nas banquinhas do Paraguai.
HP: calculadora programável "pop" entre os engenheiros. Alguns, como eu, chamam-na de "co-processador cerebral", mas que servem também para passar o tempo em aulas interessantíssimas.
Download: transferir arquivos da internet pro seu computador, quando funciona.
ICQ: programa que mostra quando seus amigos também estão online de madrugada e faz você acordar tarde.
Mp3: arquivo de música com qualidade de CD que você pega de graça na Internet e alguns artistas ficam bravos, não sei por quê...
Waltão: argentino e politécnico viado que de vez em quando aparece.
Assis: cidade vizinha que, apesar de feia, tem plotter.
Cool: legal, como o filme Matrix.
Notebook: coisa mais legal que já tive.
Subarino: livraria virtual que fica em www.submarino.com.br
Placa aceleradora 3D: coisa que inventaram para aumentar o nosso vício nos simuladores 3D.
Fifa Soccer 2000: simulador de futebol muito bom, e se você tiver um monitor de 19 polegadas e placa 3D, me chame lá no Tênis que eu topo jogar com você, ok?
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