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Cronicas-->Monocuca ou `Nada de biscoitos finos para a massa!´ -- 15/10/2000 - 23:21 (Manuela Martini Colla) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Vamos fazer uma brincadeira: pense na primeira marca que lhe vier à cabeça quando eu disser o objeto. Vamos lá: Caneta? Café Solúvel? Sabão em pó? Se você respondeu Bic, Nescafé e Omo, bem vindo ao mundo da monocultura. Eles podem nem sempre ser os seus preferidos, mas estão sempre lá, aqui, em todo lugar. E não me refiro exclusivamente às marcas que eu citei, elas são meramente ilustrativas.

A revista Colors dedicou todo o número desse mês ao assunto, e foi a fonte de algumas informações desse texto. Não é fácil difundir uma cultura única para todo o mundo (até porque os humanos seguem falando mais de 4.000 línguas), mas as novas normas globais, que regulam tudo na nossa vida, desde nosso ócio até o paladar, além da língua (são claras as intenções de transformar o inglês em língua universal) ajudam bastante. Quem precisa de diversidade quando tem eficiência? Click here to enter.

Isso morde? Morde. Pra se ter idéia da verdadeira lavagem cerebral em que estamos metidos até os cabelos, bastam algumas informações: os japoneses consomem 192 toneladas de chiclé por dia, o McDonalds abre uma nova filial a cada 5 horas, o mundo consome 5 milhões de Nissins Miojos por hora, a única palavra mais conhecida mundialmente que `Coke´ é `OK´. É claro que é muito mais rentável para as empresas alimentícias que todos tenhamos nos esquecido de que o paladar humano pode distinguir 275 sabores diferentes, além do fato delas destruírem todo o aspecto local, folclórico da comida em si, ocidentalizando o mundo. O gosto da Coca-Cola, por exemplo, é algo que não conhece fronteiras (outro dado interessante: o mundo bebe 11574 cocas por segundo) e conseguiu mudar o paladar de todo o mundo, já que, graças a ela que os outros refrigerantes faturam em cima de nós, humanos.

É frustrante pensar que algumas coisas, essenciais pro fundamento da nossa personalidade, não vão existir mais daqui a um tempo, justamente porque são coisas que se perdem no tempo e no espaço. Minha vó fazia um doce ótimo, daqueles com gosto de infància, mas eu tenho certeza que, se algum dia eu tiver filhos, eles não vão saber como era aquele gosto. Simplesmente porque ninguém se interessou em aprender uma receita de família (`ora, que coisa mais imbecil!´) e nunca mais vamos saber, porque minha vó não está mais por aqui pra ensinar.

Se fosse só com comida o domínio, vá lá. A Colors diz que os nomes favoritos da década de 90 na França foram Bryan, Maureen e Kelly. Quando a gente fala prum amigo que vai ver um filme russo, espanhol, escandinavo, e que ele não conhece por não ser da alta roda hollywoodiana, cara torta. Em compensação, quem não sabe citar pelo menos três filmes que estão em cartaz nos espremidos cineminhas de shopping? Da televisão, nem se fala.

Pra finalizar, queria esclarecer uma coisa: este não é um daqueles textos MR-8, radicais, ou coisa que o valha. A idéia é que funcione como uma sacudida, um alerta pra gente não perder ainda mais o que nos torna diferentes das outras pessoas: a personalidade, a forma única e pessoal de passar pelas coisas, pessoas, acontecimentos e deixar e carregar em si uma impressão, boa ou ruim sobre o assunto. Inclusive sobre esse texto.

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