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Artigos-->El Niño: quem é o pai? -- 17/10/2002 - 14:53 (Ricardo de Barros Bonchristiani Ferreira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Velhos tempos aqueles em que a cartilha do ensino fundamental trazia as definições do que convinha-se chamar de “Estações climáticas”. Primavera, Verão, Outono e Inverno. Essa era a resposta para a pergunta feita em prova de ciências.



A Tia Cirley fazia-nos relacionar flores com primavera, calor com verão, queda de folhas e vento com outono, e frio com inverno. De fato, notávamos que ela estava certa. Era isso mesmo. Apesar de que, por tempos, me perguntei por que o Natal, época de verão no Brasil, vinha sempre com imagens de neve e renas?



Anos depois, senti-me integrado ao mundo quando ouvi: “são as águas de março fechando o verão” letra de Tom Jobim. Tudo se encaixava na ordem natural das coisas e avaliei que todos eram cônscios das praxes naturais. Nada mais ordinário. Os campeonatos, as roupas, os brinquedos, as férias, tudo seguia essa determinação divina.



Mas que tragicidade! Não é que a espécie com polegar opositor e encéfalo desenvolvido conseguiu subverter até isso? É como abjurar a própria origem e existência. Hoje, o planeta está em queda livre rumo ao caos. E já notamos isso na desordem natural.



Nos últimos dez anos, surgiu um fato novo (não para os cientistas). Um fenômeno, que era para ser uma exclusão à regra, mas tornou-se o novo estatuto. O “El Niño”. No começo era só ele, hoje, já está acompanhado da irmã e, certamente, virá o resto da família. O garotinho simplesmente resolveu revolucionar toda a legislação. E, de repente, começaram a comentar “invernico” aqui, “verão fora de época” acolá, 36º C na primavera, e as coisas ficaram sem forma.



O tal garoto, pobrezinho, ficou sendo o “laranja”, que paga o pato. Ninguém explica o por quê do “El Niño”. Não basta dizer que as temperaturas são essas por causa de uma frente fria ou massa de ar quente e, que estão assim pelo “El Niño”. Se está quente é claro que é devido a uma massa com ar, redundantemente, quente. Que outro ar seria?



Mas que circunstâncias estão influindo no seu surgimento? Que processos? Que contextos? É culpa do buraco na camada de ozônio? Das geladeiras? Dos celulares? Dos carros? De flatulência generalizada? Essas explicações não são vistas nos boletins meteorológicos. Só falam em frentes frias, massas quentes. Acham que o cérebro dos ouvintes e telespectadores já derreteu.



Todos já percebemos que as coisas mudaram e nunca mais serão como antes. Desarranjaram e deformaram o planeta. Sabem de quem, ou melhor, do quê é a culpa? Agora cito as escrituras sagradas que, há mais de dois milênios, acertou: “O amor ao dinheiro é a raiz de todos os males”. Diante de tal aforismo mais argumentos são em vão.



Industrias que matam e desmatam, poluem, destróem e, o primordial (para eles), lucram, são as responsáveis. Mas agora não há mais volta. Podemos talvez adaptar-nos e lutar para estancar o processo. Nas escolinhas do futuro, brevíssimo, a pergunta na prova de história será “Quais eram as estações climáticas da natureza original?”.

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