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Infanto_Juvenil-->MEU PLANETA VERMELHO -- 28/11/2003 - 08:48 (ADELMARIO SAMPAIO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

PLANETA VERMELHO
(*) (**)



Dizem que sou um garoto esperto. Muito criativo mesmo. Mais que criativo, dizem que sou inventivo. Tanto é, dizem, que se não puder inventar, desinvento. Só porque já desinventei relógios, aparelhos de som, e uns brinquedos...
Não quero me gabar, mas na verdade, já inventei muitas coisas novas no mundo. E para ser mais justo ainda, inventei até um mundo novo. Já inventei um mundo, que só eu entro nele, e sou o rei, o capitão, o juiz, e tudo que eu quiser...
Um dia desses, eu inventei também um robô que foi o maior sucesso. O combustível, era a minha própria saliva. Quando queria ir a algum lugar, ele plof, cuspia, e o aparelho funcionava tão bem, que nem barulho fazia. É por isso que sou admirado pelos adultos, e invejado pelas crianças. E algumas até dão birras querendo um igual. Mas isso é impossível, porque igual, só eu mesmo tenho.
Dizem que sou um pouco orgulhoso, mas não é bem assim. É que eu invento umas coisas, que só eu mesmo sei. Tenho uma coleção de aviões, que são os mais rápidos do mundo. Dois deles, eu fiz com os chinelos de minha avó...
Já inventei sorvete voador, bicicleta que também voa... até dinossauro voador, eu já fiz... E quanto mais eu olho a minha coleção, mais idéia eu tenho, e invento cada vez mais.
Ah, lembrei. Um dia, eu peguei uma caixa de geladeira, uns paus, umas tintas do meu pai, e fiz um enorme avião, capaz de voar a qualquer planeta. Nos dias que eu estava construindo essa nave, tive um sonho com um planeta vermelho. Aí, eu caprichei. E quando terminei, entrei na minha aeronave espacial, e voei pelos espaços a fora. E a viagem não foi longa, porque o meu aparelho é dos mais modernos do mundo.
Quando cheguei, tudo era vermelho. A terra era vermelha, muito vermelha mesmo. As plantas também. E até a água, os peixes, os animais. Até o céu, era vermelho.
Esqueci de contar que as pessoas também eram vermelhas como pimentão maduro. Até as crianças. Vestiam uniformes vermelhos, e sentavam nas salas de aulas dos colégios vermelhos, e repetiam os que os livros vermelhos diziam. Pensavam vermelho.
Na hora do recreio, as crianças vermelhas repetiam uma música que tinha uma letra assim:
"Vermelho, vermelhinho, vermelhão!..."
O sol do lugar era muito vermelho, e as pessoas se bronzeavam, para ficarem mais vermelhas ainda.
Ouvi também o rádio do lugar, e até fiquei um pouco enjoado da música que estava fazendo sucesso naqueles dias:
"Vermelho, vermelhinho, vermelhão!
Tá vermelho, ou não tá não?...
Se não for vermelho,
Tá no tacho de sabão!..."
Então eu fiquei meio de bobeira, e apareceram uns policiais vermelhos, e me levaram para um palácio todo vermelho. E o juiz que nem preciso falar a cor, perguntou porque eu não era vermelho como eles. E eu respondi que nem tudo no mundo era vermelho. Disse que existiam outros planetas, e que essa não era a única cor do mundo. Mas o pior fora que dei, foi dizer que o vermelho nem era a minha cor preferida...
Nem gosto de lembrar o que aconteceu: O homem ficou vermelho de raiva, e rangeu os dentes vermelhos e me condenou à fornalha... da mesma cor.
Mas como sou muito esperto, e a minha nave é muito veloz, fugi muito depressa, deixando uma fumaça azul para trás... Mas só passou o susto, quando de longe eu avistei o arco-íris...
*
(*) O psicólogo disse que a criança tem problemas de traumas causado pelo ensino da escola.
(**) Mas há controvérsias.
**
Adelmario Sampaio
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