Circo
Baila
Bailarino
no ar de lona
azul, mira o chão
lá do arranha-céu, bendiz
palhaço uma oração em pleno
vôo, pela dó de não ter sonhos
além do chapéu, Gira, gira, sobre
a platéia tensa enfrenta o mortal para
toda criançada Ri equilibrista com a perna
suspensa Arrisca-se malabarista e se reiventa
Oculta a tristeza no rosto escarlate e tange a dor
nas peripécias e cambalhotas, solta gargalhadas, pipocas,
chocolates, doa sincero a última réstia de felicidade que no seu
coração esteia Aplausos descortinam, vão da arquibancada, ouve-se na
cidade, vão muito longe como epidemia contagiando o povo, pensa em ser feliz
mas em contrapartida, como regar a sua dor só com a felicidade alheia...?
|