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Poesias-->manifesto -- 02/08/2007 - 03:56 (osvaldo onofre) |
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manifesto
tu, Olinda, desse jeito
concreto e caliça
abandonada
desnuda
vilipendia
a fé
do teu indulgente povo
que te sonha e festeja
e que um dia
confundiu tua paisagem
de tão limpa
com a linha do horizonte...
apenas uma centopéia
gigante
faz hoje a tua imagem
anêmica
divisando
a cintura
o oceano
pedras
e pernas
buracos
e asfalto,
areia
fétida
sacos
e plásticos
o mar
trafegando
em tuas veias
infecto
infausto
é o infortúnio, Olinda
a desdita
a tua silhueta é o
padecimento
o espelho senil
da juventude
de que és predestinada
ouve-se o teu frevo
em réquiem
tu agonizando
à beira da morte
embora eterna
e menina
e só memória
até quando
Olinda!
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