Vontade de pintar teu sorriso tímido
No lilás e amarelo,
Que pequenas asas inquietas, de uma vivaldina borboleta,
Projetam à luz do Sol.
Vontade de desenhar teus olhos argutos
No anil celestial.
Subtraindo dos anjos e arcanjos
O espelho redentor do espaço azul.
Vontade de rabiscar teu constante silêncio
Com palavras perdidas nas profundezas das marés.
Quem sabe assim ressuscitaria
A calma que meu espírito reclama.
Vontade de escrever poesia,
Muito embora, às vezes,
Na maioria da vezes,
Me falte o talento ou, quem sabe, o necessário alento!
Vontade de desrespeitar as métricas da razão,
Desprezando a harmonia do convencionado,
Desejo de escrever meus versos
No doce simbolismo marginal que embala um passional descontrolado.
Destarte, sobrepujei todas as fronteiras,
E te desenhei em asas imaginárias,
Escutando, ao longe, tua gargalhada inaudível
Enquanto mergulhava minha alma peregrina nas águas turvas deste céu sem fim. |