Engana-se quem pensa ser o livro uma obra acabada. O fato de estar escrito, ilustrado( ou não), editado só quer dizer que este "amigo" está "vestido" para um encontro com o leitor.
Dessa amizade e de tantos outros encontros é que o leitor passa a produzir significados.
Cada vez que lemos um livro, nos tornamos seus co-autores, pois sempre sentimos algo a seu respeito. O gostar ou não; o querer abandoná-lo antes de concluir a leitura, o fato de termos essa liberdade de expressar nossa opinião é que faz do livro um objeto fundamental na conquista da liberdade.
Livre é o leitor que, tão à vontade como quando com um amigo, emite suas opiniões,com direito de defender ou até "ficar de mal" com aquela determinada leitura.
Não vejo maneira mais clara de definir a relação com o livro se não como amizade.
Temos o direito de escolher nossos amigos. De concordar ou não com suas idéias.
De dividí-lo com outros ou estarmos num momento de querer dele exclusividade.
Nós decidimos se conversamos em grupo ou guardamos segredo. Como toda boa amizade, esta relação livro x leitor só será mantida se houver respeito, carinho, pontos em comum...afinidades.
Daí ser uma relação necessariamente desejosa de total liberdade de escolha.