Nosso amigo Mestre Egídio me enviou a seguinte carta, e me pede para publicá-la. Nela se auto-acusa injustamente dum pecado que não cometeu. Mas, enfim, como a carta é simpática e bonita, faço sua vontade:
È de Belém do Pará,
Aos sete de fevereiro,
Do ano dois mil e dois,
Que venho meio cabreiro
Confessar o meu pecado
E pedir-te, Abogado,
O teu perdão verdadeiro.
Não me vendo por dinheiro,
Minha ambição e modesta
Jamais por gosto eu faria
Uma coisa como esta,
Há um dia ser acusado
De a outrem haver defraudado
Prefiro um tiro na testa.
Levo uma vida modesta
Até bem pobre, eu diria
Mas nem mesmo por milhões
Uma coisa assim faria,
De ninguém tirar proveito
Agindo sempre direito
Toda hora e todo dia.
Sei que você acredita,
Porque já falou comigo
Olhando dentro dos olhos,
E é por isto que eu digo,
Sei que é Homem decente,
Sabe que encaro de frente
O prêmio como o castigo.
Não me deixe na angustia
Do julgamento geral
Daqueles que não entendem
Que não fiz isto por mal,
Publique esta cartinha
Cite no título que é minha
E tudo fica Legal.
Certo de ser atendido,
Despeço-me por aqui
Mandando por meio desta
Lembranças a todos daí,
Recomendações A Ana
Que me tratou tão bacana
Quando pintei por aí.
Prá você um Forte abraço
Do fundo do coração
De jagunço prá jagunço,
Qué prá num dar confusão...
Para o jagunço Argentino,
Do Jagunço Nordestino
Que o ama como a um Irmão.
Mestre Egidio
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