Há uma névoa nos meus olhos
umedecidos por lágrimas teimosas
que insistem em permanecer
São lágrimas contidas, mantidas inertes
Incertas do seu destino teimam em ficar
Dão um brilho especial aos meus olhos,
um ar molhado, disfarçado
Prontas para rolar, mantêm-se firmes
Parecem à espera do melhor momento
Momento de desabar, cair
Sentir-se livres da prisão
E libertar a prisioneira
É uma agonia, não dá mais prá segurar
Que alívio, que sensação de liberdade
Lá vem ela a escorrer pelo meu rosto
Este rosto marcado pelo tempo
por tantas histórias.
De alegrias, tristezas, marcas de uma vida
Ah as lágrimas. Que sensação de alívio elas dão!
Esta é apenas mais uma que se vai
Pouco importa
Depois dela outras virão |