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cronicas-->PAI -- 08/08/2004 - 10:28 (Maria Luiza Kuhn) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Agosto, dia dos pais.
Acho que ainda dá tempo de contar história de pai.
Posso dizer que tive dois pais. O meu de sangue e o avó paterno que para mim sempre foi um verdadeiro pai.
Do meu pai de sangue, tenho vários legados. Quando comecei a ter um pouco mais de compreensão das coisas da vida, sempre o considerei muito dependente emocionalmente. Primeiro da sua própria mãe. Depois de outros referenciais e mais tarde até de mim mesma.
Mas tenho dele legados, e um deles é uma frase que sempre lembro: Filha, "estudo" é a única coisa que ninguém pode tirar de você, pois estará dentro da tua cabeça ", por isso estude... Falava ele, é claro do valor do conhecimento. É uma das coisas que gosto na vida: aprender. Outro é a bela história contada pela mãe sobre a escolha do meu nome (por ele é claro). De todas as ausências que ele porventura teve na minha vida, e as teve, ele está perdoado, porque o mais importante legado seu que carrego é a minha auto-estima. Na minha geração principalmente, vi poucos pais elogiarem a sua filha mulher, especialmente a primogênita, nas menores e bobas coisas que povoam o universo feminino, como por exemplo "que batom bonito você está usando". Meu pai fazia isso com a simplicidade e importància na medida certa. É claro que sempre houve muita conivência da mãe nisso tudo que tratava de reformar todos os vestidos possíveis, pois comprar novo era coisa rara naqueles tempos. Outra coisa que ficou muito marcada era a forma como gostava de premiar as nossas conquistas. Sempre gostou de dar presentes, mesmo com poucas posses. Quando eu estava na quarta série do primário, (na época, havia aclamação no pátio do colégio no final do ano para os melhores alunos), lá estava eu como primeira da turma, e ele depois da cerimónia me deu a chance de escolher um presente. Numa total euforia pude ir a um bazar e escolher... (um quarto de boneca, escolhi eu) imagino quantas outras coisas ele teve que abrir mão para me dar este presente, naquela época. Durante anos carreguei o tal presente como um verdadeiro troféu. Até as florzinhas pintadas no brinquedo são vivas na minha memória. Que bom que posso abrir um compartimento do meu baú de recordações e nele enxergar um quarto de bonecas cor de rosa, pintado com flores.
Na minha vida de adulta, na carreira que escolhi, nos desafios que enfrentei, de muita valia me foi manter uma boa auto-estima.
No contraponto exato estavam sempre presentes os ensinamentos do meu pai-avó. Pai da minha mãe, que sabia tão bem ser pai de filhas mulheres. A sua voz jamais deixou que a vaidade tomasse conta do lado esquerdo do meio peito, mas sim cuidou que este lado ficasse povoado de esforço de solidariedade e de afeto. O pai-avó é aquele que digo que me ensinou todas as conjugações do verbo amar. Por vezes, preciso ainda tanto relembrar as tais conjugações...
Sempre imaginei quão difícil deve ser pai. Está certo que lá no inicio é fundamental a participação para a geração do novo ser. Mas depois ele passa a ser coadjuvante. Assiste a mulher mudando tudo: o corpo, o humor, o comportamento... Aí nasce o ser e ele coadjuvante, nada de amamentar, nem de muito segurar, pois a fêmea normalmente se apossa totalmente da cria. Que amor elaborado deve ter um pai. Mas basta a criaturinha crescer um pouco que o pai é o que deve dizer os mais difíceis nãos, ou pelo menos dele assim é cobrado.
Por isso, o amor de pai deve ser uma coisa muito complicada de ser construído, e ELES às vezes não têm a dimensão de quanto gestos simples, os "sim e o não" na medida mais certa possível, são significativos e a diferença que podem fazer na vida de uma pessoa.


Um beijo a todos os pais que tem coragem de ser meio mães do
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