No chapeu do sertao,
a areia,
uma infinitude azul no ceu.
Para todos os lados.............o nada,
e a eminente imensidao.
Na sola do chinelo,
a areia e a poeira.
Na lingua o cansaco
de que tem sede.
Na calca de algodao cru
um corpo franzino,
bem tipico.
Junto ao peito a cruz,
no bolso fumo de rolo,
a palha e o canivete.
No saco de qualquer coisa,
o sal e a rapadura.
Enter as unhas,
a coragem e percistencia
de que sente a dor de cada dia.
E no pao de cada dia,
a esperanca vendida.
Nos calcanhares muito se andou
e com a poeira se rachou.
Do lado do coracao,
a viola.
Na cabeca a solidao e a poesia. |