Meus passos andarilhos
massacravam a rua descalça,
o vento, de repente,
arrebatou um poema
do meu raciocínio...
Letras foram espalhadas
pelas esquinas,
pelas calçadas,
desajustadamente,
sem técnica
e sem disciplina...
Passos andarilhos
perseguia o poema
e o vento deixados para trás.
Frases espalhadas,
confusas e quase mortas,
minhas letras vagando
no redemoinho do vento,
batendo de porta em porta,
invadindo as casas adentro.
E por mais que o vento
sopre com intenso furor,
há na aglutinação teimosa
uma palavra que permanece.
Nos meus passos na rua descalça
localizei a palavra amor,
dançando num sonho de valsa,
rondando a porta de quem merece.
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