ARTE DE VIVER
Ivanildo Cruz
A autoeducação vitalícia não é uma ciência cuja meta é acumular conhecimentos. O conhecimento tem sentido quando nos leva ao bem estar físico e mental.
“A ciência moderna analisa, e depois formula teorias e “leis”, todas tentativas de encontrar a verdade absoluta no mundo relativo, e que além disso tem pouco, se é que alguma coisa, que ver com a saúde e, o mais importante, a felicidade” – Hermano Aihara, em “7 Princípios Macrobióticos (Sol Nascente Publicações-SP, 1973). Essa busca da verdade absoluta gerou quase uma religião – o cientificismo - que tem colocado todos os atos da vida humana sob o crivo da ciência. Tal vigilância sobre a execução dos nossos afazeres no dia-a-dia tem gerado insatisfação em ponderável parcela da humanidade. Surge a pergunta: “Por que o nosso deitar e levantar deve ter regras ditadas pela ciência?”
Não existindo regras absolutas, nem que possam ser seguidas para sempre, na autoeducação vitalícia começamos seguindo princípios adaptáveis ao mundo em constante mudança em que habitamos. Cada uma pessoa é o artista que pinta sua própria vida. Na escola aprendemos a memorizar. Mas, quando enfrentamos a vida no cotidiano, não há professor. Temos que aprender com a nossa própria experiência. É, quando nos tornamos professor e aluno ao mesmo tempo. No entanto, a maioria das pessoas necessita de orientações quando se iniciam na arte fundamental da vida, que é a culinária vitalizante. Para escolher os alimentos a serem preparados devemos observar o princípio yin e yang, que funciona como nossa bússola. Ele mostra-nos nossa direção da mesma forma que uma bússola ao indicar a direção geográfica norte-sul. Por exemplo, são yin (negativos): drogas sintéticas ou naturais, açúcar, óleo, mel, frutas, feijões, laticínios, etc. Yang ( positivos): cereais, peixe, carne, ovos, sal, etc.. É sempre um em relação ao outro. O tempo, o calor, a pressão e o sal são yanguizantes. A autêntica alimentação natural é uma técnica que nos permite apreciar o gosto e a aparência dos nossos alimentos, assim como seus efeitos no nosso organismo. “Em termos de nossa mentalidade, alimentos yin tendem a causar emoções e pensamentos yin (medo); alimentos yang emoções e pensamentos yang (hostilidade) e um equilíbrio yin/yang tende a conduzir-nos à harmonia e paz”. (Herman Aihara). Ele conclui dizendo: “Devemos atingir o ponto de podermos comer qualquer coisa sem medo de perder nossa saúde e felicidade. Devemos controlar nossas vidas por nós próprios. Somos livres para fazer nossas vidas como queremos, e elas são sempre da maneira que queremos”.
Referindo-se a idade adulta, George Ohsawa dizia que a velhice começa aos 70 anos, para quem praticou a autoeducação vitalícia desde a juventude. Nessa altura da vida, deverá: l°) reduzir a ingestão de sal; 2°) comer a sua alimentação tão simples quanto possível; 3°) comer óleo vegetal diariamente em reduzida quantidade. Acrescenta que os muitos anos de autoeducação deixa a pessoa em boa condição fisiológica e psicológica. Portanto, é o tempo de viver na natureza com o espírito calmo e tranqüilo, dando aos outros a felicidade, porque a velhice é o tempo mais feliz da vida.
3/3/01
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