
Nada jamais ocorreu,
tudo acontece já,
é no Agora que se deu,
nele é que ocorrerá.
Mnemósine nasceu
entre o céu e a terra,
e nunca, jamais morreu;
e sempre prepara guerra.
Gerou logo suas musas
pra dominar os mortais.
E elas não são obtusas,
ao contrário, geniais!
Calíope dá apoio
a poetas como eu,
separa trigo do joio,
inspiração sempre deu.
Clio é a retentiva,
guarda fatos pra história,
não é nada seletiva,
seja glória ou inglória.
Polímnia canta hinos,
leva todos pra igreja,
pra isso batem os sinos,
e ninguém a apedreja.
Hoje compõe Euterpe
música pra oboé,
quem o toca faz a serpe
se enrolar ao seu pé.
Terpsícore vem com dança
despertar as bailarinas,
quem dança nunca se cansa,
prepara bem as meninas.
Erato cuida da lira,
os meninos, da leitura,
o que ontem se ouvira,
hoje vem com partitura.
Melpômene, a tragédia,
criava os dramaturgos,
Tália fazia comédia,
pedreiros faziam burgos.
Urânia cuida do céu,
cada estrela fica limpa,
o pó cai no meu chapéu,
meu verso fica supimpa.
Você deve invocar
a musa do seu momento,
do que você precisar
uma delas dá sustento.
Esse é o seu presente,
e não sou eu quem lho dou,
use bem seu consciente
e verá o quê criou.
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