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cronicas-->NÃO FOI FÁCIL -- 31/08/2004 - 10:13 (Fernando Antônio Barbosa Zocca) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Ricardo e Emanuel, no dia da vitória, 25 de agosto, lutaram bravamente nas areias de Atenas, vencendo o adversário aguerrido e perigoso. A dupla brasileira conquistou um feito inédito para o vólei de praia: a medalha de ouro.
A dupla espanhola Pablo Herrera e Javier Bosma não conseguiram bloquear os petardos lançados pelos brasileiros, causando a vitória do Brasil. Os espanhóis tiveram alguns momentos críticos em que cobravam desempenho mútuo, mas sem muita chance de melhorar a sorte na partida.
Ricardo, com o número 1 e seu parceiro, com o 2, estavam convictos e, com relativa calma conseguiram sair, no primeiro set, na frente do adversário. Em nenhum momento da partida, em ambos os sets, os brasileirinhos não mantiveram a constància. Pausados e adaptados ao ritmo do jogo, conseguiram impor a ação vencedora.
A prata ficou muito bem para os espanhóis. Foram lutadores, mas os pequenos erros, tais como as deixadas, de um para o outro, nas bolas atiradas entre os dois, conseguiram colocar a dupla brasileira, durante todo o jogo, em vantagem no marcador.
A torcida, já no final do segundo set, quando os brasileiros, eram considerados os melhores em quadra, iniciou um bater cadenciado de palmas. O fato lembrou Jardel Gregório, que não conquistou nada além da modesta posição fora do pódio.
Foi o Ricardo, que com uma "bolacha" final, carregada com muita energia, ponteou para o Brasil, dando-lhe a vitória, e trazendo a medalha nunca antes vista. Ainda bem que não choveu ou garoou.
O baiano Carlos, pai do Ricardo Alex Santos, emocionou-se quando constatou o suado êxito do seu filho. Também, não era para menos: foram anos de muito treino, dedicação e pequenos triunfos diários em que se driblam os contratempos. Ser campeão não é fácil.
Mas o Brasil tem muito a melhorar. Sua população, o nível de escolaridade, bem como a saúde, moradia, e direitos básicos duma cidadania corriqueira, nos países desenvolvidos, devem ser a regra básica e não a exceção.
A destinação de verbas públicas para a prática de esportes, na periferia das cidades superpovoadas, precisa ser mais convincente. É na pessoa humana, e com a pessoa humana, que se deve gastar as dotações. De nada adianta a construção de imóveis, que se deterioram com o tempo, se não produzimos cidadãos de bem, saudáveis e norteados para os verdadeiros valores cristãos.
Os números de medalhas conseguidas na Grécia, comparados aos da China e Estados Unidos, sinalizam que temos muito a aprender.
Um dos ensinamentos básicos consiste naquele que revela o descarte das normas antes elaboradas, por um regime ainda de governo autoritário, arrogante e sem disposição para o diálogo. O pobre não tem direito à alimentação sadia, balanceada; não consegue moradia digna; grande parcela da população carece de emprego. Nada mais justo que, pelos menos, o direito de livre expressão, de falar, de se queixar, de escrever contra a opressão, seja preservado.
Toda legislação impositiva, elaborada nos escaninhos do poder opressor, deve ser substituída por normas semelhantes às vigentes entre os povos governados por gente de bem, da paz, do amor e do diálogo franco. Os motivos que levaram a criação, por exemplo, de A voz do Brasil, no rádio, na década de trinta, não mais subsistem.
Mesmo toda aquela conjuntura havida no final dos anos 60 e começo dos 70 desapareceu, transformou-se. Portanto nada mais saudável para a prática da democracia do que fazer a lei cristalizar essa situação atual, existente tanto no Brasil como no mundo.
A obrigatoriedade da frequência de faculdades e cursos de jornalismo, não tem o condão de fazer do cidadão comum um comunicador ideal, perfeito, sem máculas. Mesmo porque grande parte dos que terminam os cursos não possui facilidade para a prática. O chamamento, a predestinação não se consegue somente nas faculdades.
Não se deve impedir a manifestação do pensamento. E o cursar faculdade, não pode nunca ser condição sine qua non, para que o cidadão escreva, fale ou mostre o que pensa.
Engatemos a quinta marcha, nesse progresso histórico da democracia brasileira, guardando no arquivo morto e nos museus, as leis que foram necessárias um dia, mas que hoje não têm mais razão de ser.


Fernando Zocca é escritor, advogado e jornalista.
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