O CACHORRO AMIGO
Eu encontrei um cachorro
na sarjeta estendido,
carecendo de socorro
porque estava ferido
com sangramento na boca.
Tampouco sequer latia,
espichado e meio torto,
nada a ninguém pedia,
já estava quase morto
todo coberto de moscas.
Veio o bom samaritano,
que nada sabia dele,
este animal humano;
mas achegou-se a ele,
mesmo tendo a mente oca.
Toquei-lhe em sua cabeça:
- Oh! Meu cachorro amigo,
que bela história é essa?!
E o que mais então eu digo
com minhas palavras poucas?
Respondeu, pensei comigo,
parecendo assim dizer:
- Leva-me agora contigo
e não me deixes morrer
por nossas brigas loucas.
Sem pensar numa razão,
resolvi somente agir,
conforme meu coração,
que pedia para ungir
chagas de tantas bocas.
Este cão, que eu achei,
quase sem vida caído,
nos meus braços eu levei,
senão teria morrido,
ouvindo as vozes moucas.
Encontrado no abandono,
curei-lhe toda a ferida
desse cachorro sem dono,
que hoje por mim dá a vida
sem exigir nada em troca.
Ao cão, que esteve doente,
eu pergunto de você...
Ele fica tão contente
e me diz que ouve e vê
você se trocar de roupas.
BENEDITO GENEROSO DA COSTA
benedito.costa@previdencia.gov.br
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