Foi como se tivesse caído do alto de um prédio,
espatifado-se lá em baixo, no chão
e os transeuntes parassem para observá-la.
Mas, a dor era só dela,
somente ela sentia...
Todos se dispersassem e apenas ela ficasse ali:
ela e a sensação penosa profunda
que transpassava a alma.
A expressão do rosto na mais seriedade possível.
Nos olhos o brilho do céu sem estrelas:
escuros e de difícil compreensão.
O sofrimento era imenso
que formou um escudo em torno de si.
Animal ferido que morde quando alguém se aproxima.
No entanto a dor ultrapassou o subconsciente.
Tentando desvendar suas razões,
Incendiou, queimando uma floresta inteira.
Uma multidão corria assustada,
esbarrando estupidamente uns nos outros.
Mergulhou no fundo do oceano,
submergiu encharcada até os ossos.
Rompeu-se em soluços,
estremecendo todo seu corpo
e naufragou em lágrimas e tristezas.
O dia nasceu e o sol raiou.
Porém, a aflição não morreu,
congelou-se no peito,
anestesiou os sentimentos,
restando um olhar perdido, vazio...
© Rosimeire Leal da Motta.
OBS.: Esta poesia faz parte do livro:
"Voz da Alma" – Autora: Rosimeire Leal da Motta
Editora CBJE - RJ - Novembro/ 2005 - Poesia e Prosa.
Página Pessoal: http://br.geocities.com/rosimeire_lm/
|