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Cronicas-->Sobre mim ou sobre alguém -- 01/09/2004 - 18:44 (Bruno D Angelo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Esta minha raiva latente. Esta minha raiva que não me move, que não me faz sair do lugar. Esta minha raiva que se agita dentro de mim, me faz querer matar aqueles que me atormentam, me faz querer mandar o mundo todo pro inferno. Mas na realidade não é raiva o que sinto; um ódio mudo talvez. Sem forma, sem direção. Nada. E tudo também. Não sou capaz de sentir raiva ou ódio, apenas uma confusão aqui dentro da minha cabeça , que desce até o meu peito e dá a impressão de uma explosão iminente, que volta e para na minha garganta e fica entalada ali. E dói, dói muito, esta angústia de não conseguir sair do lugar. Não conseguir dar um passo adiante na tentativa de conseguir aquilo que procuro. Mas o que procuro? Nada, nunca procurei nada! Minto, já procurei muitas coisas, ainda procuro, nada com uma forma definida porém. E que forma não é definida?
O que quero? É só o que me pergunto todos os dias, é só o que me perguntam todos os dias, estes insetos miseráveis que não me deixam dormir. Pareço louco, não pareço, mas garanto de antemão que é puro fingimento. Não sou assim, quero dizer... sou um pouco confuso, admito, mas não sou capaz de ferir ninguém, pelo menos não gravemente. É claro, já tive as minhas brigas e os meus ataques histéricos, mas nada que não funcionasse mais como uma válvula de escape do que como um instrumento de transgressão. O que eu queria era quebrar a cara de um sujeito para voltar a normalidade depois, para voltar ao funcionamento regular, para voltar a acreditar no conto de fadas novamente e não quebrar a cara de um sujeito, para continuar quebrando a de outros depois, até que me quebrassem a minha tantas vezes que eu acabasse gostando e não voltasse mais a "realidade". Não, eu sempre fui normal, na medida do possível. E ainda sou.
Voltando ao assunto: o que quero? Não pestanejo. Respondo convicto: Não tenho a mínima idéia E não pense que me gabo disso. Talvez me vanglorie um pouco, mas nada que me ocupe tanto espaço na cabeça quanto a minha preocupação diante do futuro. Do meu futuro, obviamente. Sou um sujeito ligado à mesquinhez da vida. Penso no que vou comer amanhã, no que vou vestir, aonde irei morar. Às vezes me vem á tona um destes pensamentos romànticos e sonho decidido: "Irei morar na rua. Vou ser mendigo, não há problemas quanto a isso, nunca liguei muito para conforto mesmo". Mas isso se trata de um monte de merda! Sempre sofri de materialidade. Quer dizer ... não sempre, mas agora sofro e como passado não entra em campo, digo que sempre sofri e ponto, quem irá me contradizer? Nunca fui romàntico e esta é uma característica que talvez tenha herdado de minha mãe; ela sempre teve aquele jeito azedo de enxergar o mundo. Nunca fui romàntico e ter como meta de vida se tornar mendigo é um devaneio idiota. Mas fazer o quê? Sou um idiota, apesar de não ser romàntico
Entrei nessa viagem - depois de ler um livro - que sou uma pessoa sem resolução e acredito realmente nisso. As pessoas dizem: "Tudo nesta vida tem solução!". E eu digo: "Nada nesta vida tem solução!". Não pensem que falando isso seja uma pessoa negativista, de mal com o mundo. Não! Longe de mim tal temperamento. Simplesmente, cansei de tentar ver além do que se vê. E o que eu vejo é isso: caos total. Não, não sou um mal amado, você é que é um imbecil mesmo. E tenho dito. Mas eu também sou um imbecil. Viu? Eu não consigo manter uma relação amigável comigo mesmo. Estou sempre me debatendo, nunca me aceitando. Mas não somos assim todos nós? O que importa todos? Quero saber de mim. E eu sou assim; uma toupeira. Não, eu não acho que seja uma toupeira, pelo menos não a todo o momento. Existem dias que me vejo até como um gênio. A quem eu quero enganar, nunca fui um gênio e tão pouco me vi deste modo. No máximo me enxergo como uma pessoa inteligente, esperta, mas limitada. Irónica também, mas esta é uma qualidade que me gabo cada vez menos.
Não quero me alongar mais do que já me alonguei. Não pretendi, ao começar a escrever estas linhas, me tornar um romancista e não vou fazê-lo. Admito que não tenho capacidade e nem humor para isso. E eis que me pego mentindo novamente, sendo autocomplacente e modesto demais. Talvez eu tenha capacidade para escrever um romance, mas isto é uma coisa que não saberei tão cedo, visto que não tenho capacidade para fazê-lo agora. Eu disse que era uma pessoa confusa e talvez este texto tenha corroborado com essa afirmação. Ao mesmo tempo, acho que fui um tanto hermético, um tanto grande eloquente; escrevi como se tivesse defecando teorias, mas escrever tem desses males. O que eu queria dizer é que sou um parvo, um João Bobo que bate e volta e não sai do lugar e que existem tantas coisas caminhando em minha cabeça e tanta inércia acorrentando os meus movimentos. Mas isso eu digo em poucas palavras. Pronto, já disse.



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