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Poesias-->PRISÃO, DOCE PRISÃO -- 19/10/2007 - 05:58 (Rosimeire Leal da Motta) |
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O menino sem consciência,
armou uma arapuca no quintal da sua moradia
para prender alguma ave distraída e faminta.
Várias semanas a esperar
até que o surpreendente aconteceu:
um passarinho entrou na armadilha, comeu o alpiste
e em seguida subiu no poleiro
e ali ficou a cantar.
O pobrezinho escapou de uma gaiola,
sentiu fome e havia desaprendido a buscar comida.
A visão de algo que lhe era familiar
o alegrou e o fez se sentir em casa.
Agora estava enjaulado novamente.
Há anos que estava preso
com um pequeno espaço para voar
que se perdeu na imensidão do céu.
Fugiu e era dono de si,
porém, era tão diferente do que havia se habituado
que desejou ardentemente
que sua vida retornasse ao que era antes.
Há tanto tempo seguia mecanicamente seu dia-a-dia
que não compreendia o verdadeiro sentido de viver.
Ansiava por ser livre, mas quando encontrou a liberdade
não sabia o que fazer com ela.
Miraram-lhe com um estilingue, no entanto, se desviou.
Aproximou-se de um bando de passarinhos da sua espécie
e se esforçou para se integrar ao grupo,
mas, não se ambientou.
Não fez nenhuma amizade e foi menosprezado.
Abandonou-os e partiu.
Acostumado a ser prisioneiro,
ao ser solto, voltou para a prisão.
© Rosimeire Leal da Motta.
OBS.: Esta poesia faz parte do livro:
"Voz da Alma" – Autora: Rosimeire Leal da Motta
Editora CBJE - RJ - Novembro/ 2005 - Poesia e Prosa.
Página Pessoal: http://br.geocities.com/rosimeire_lm/
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