Cama vermelha vazia
Boca rubra fechada
Amor rosado negado
Beijo molhado não dado
A cada poesia
A mesma boca vazia
Beijo continua sendo negado
Cama desfeita e vazia de Amor
A cada nova palavra
Nenhum toque da boca antes vazia
Beijo dado em papel negado
Amor forjado fora da cama
Boca vermelha vazia
Cama rubra fechada
Beijo rosado negado
Amor molhado não dado
Beijo vazio
Boca negada
Amor não dado
Cama fechada
Fechada para balanço a boca
Aberta a tempora de caça do amor
Fechada a boca no beijo selado [selinho talvez?...
Aberta a cama permanece vazia
Vadia palavra vazia
Na falta de Amor, cama, boca e beijo
Na gradação da dor
Na sobra de saliva no sono...
No travesseiro sobram os resquíscios...
Faltam amor, cama, boca e beijo.
Conduzindo as palavras
Na arte de ser o guia
Conduzindo o amor
Na falta de ter fantasia
Osculando bocas vazias
Procurando línguas que não dizem
Não molham, não salivam, não lambem...
No vazio céu-da-boca que se seca.
Volto do além atrás do beijo que não dei
atrás da boca.; da cama.; do amor? Não mais...
Acendi as luzes, arranquei a flor e acordei.
Restam na cama sem travesseiros:
o beijo e o sexo... e o beijo no sexo...