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Artigos-->Jogo de Câmeras -- 23/10/2002 - 23:17 (Mariana Antonelli) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Hoje a rede "Plim Plim" exibiu o filme "Ed TV". Nada mais adequado, quando a pauta principal nos dias atuais sobre a programação televisiva são os reality shows. Mas qual o limiar que os shows da realidade estabelecem para apresentarem a realidade ao pé da letra?

Assistindo ao filme fui podendo reparar em detalhes significativos que esclareceriam meu questionamento. As reações do público diante da vida de Ed foi o que, de início, me chamou atenção.

"E nem se deram ao trabalho de escolher alguém talentoso (...) É como uma exaltação à imbecilidade." - diz um personagem durante o filme enquanto assiste Ed. E mesmo criticando assiste. Este tipo de diálogo ocorre em vários momentos do filme entre diferentes “personagens-telespectadores”.

Conclusão: as pessoas o assistem, acham-no um verdadeiro idiota, mas continuam com seus aparelhos de TV ligados sem saberem explicar o porquê disso...

Diante da fala do tal personagem, lembrei-me logo de Bambam - o herói (????) nacional. Mas é certo que Ed não é um Bambam. Pelo menos possui mais "massa cinzenta" e é bem mais bonito (no meu modo de “verrrrrr”).

No decorrer do filme também notei em como o público influencia no grande show. A partir da audiência e da opinião pública, a emissora inicia seus "pitacos" na vida do cara, como se aquilo tivesse que possuir um roteiro. É óbvio! Não se pode desagradar o público. Eles querem ver a coisa x com a coisa y. E isto é o que vale. Mas para quem? Para o IBOPE, é claro. A vida real, então, é transformada numa espécie de filme. Logo o show da realidade passa a ser o show da realidade CONDUZIDA.

No livro "Vida - o filme", de Neal Gabler um fragmento me chama atenção:



"os entretenimentos da vida real não precisam ser colhidos da realidade; a realidade pode ter extensão igual à do entretenimento, sem nenhum gancho noticioso para justificar sua transmissão" (pg 86.)



Porém, no decorrer do livro, o autor classifica tal programação como voyerista.

OK! Em parte eu concordo. Mas ainda acrescento um outro lado. O voyerismo e a VAIDADE. E falei em vaidade, pois as coisas estão tomando um rumo muito diferente do que o papel da TV antigamente propunha. Hoje, nem programas de entretenimento bastam. Há de ter pessoas como nós: normais. E mais ainda: sabendo que existem pessoas como nós se tornando CELEBRIDADES por causa dos "quinze minutos de fama", achamos que o alcance a isto não é tão difícil assim como imaginávamos.

Não nos interessa ver os outros (que são "normais", ou seja, não estão interpretando emoções como os atores de verdade), mas sabermos que nós podemos também ter o prazer masturbatório de ver nossa imagem na telinha e de nos reconhecerem na rua. A possibilidade de sermos uma celebridade. De termos os nossos "quinze minutos de fama". A vaidade.

Porém, na verdade, não é bem assim que a banda toca. Para tudo existe um pequeno roteiro. E eu não quero nem ver aonde isto tudo vai parar se a “trama” não for alterada. Porque hoje o "Oi, mãe!" já perdeu a graça...Terá de haver mais... Aparecer mais! E se não aparecer? A frustração. A consciência de que você estará restrito ao anonimato e por isso será um fracassado. Ou se conseguir aparecer, como entender por que você, logo VOCÊ, caiu no esquecimento tão fácil.

Sem pessimismo, mas usando uma lente realista, não posso afirmar que isto acontecerá de fato. Mas que a TV está perdendo o rumo da prosa está...

"Tchau, mãe!".



(Mariana Antonelli -23/04/2002)











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