A chuva caiu em cima do telhado fortemente,
contudo, compreenderam este fenômeno
por causa do dia nublado e das águas que desciam do céu.
Na floresta encontra-se o caminho
através do murmurinho do rio,
no entanto, eles se perderam.
Chamaram-lhes diversas vezes,
porém, eles não ouviram.
Soou o ruído de um animal selvagem aproximando-se,
entretanto, eles não escutaram e quase foram devorados.
Às vezes, um rumor longínquo, noutras apenas o silêncio.
Porque não ouviam, falavam pouco.
Ninguém notava suas potencialidades,
enxergavam somente suas limitações.
Eram quatro cidadãos:
o primeiro fez uma cirurgia e integrou-se à sociedade;
o outro, usou aparelho auditivo;
o terceiro, aprendeu a se comunicar por meio de gestos.
O último, não se adaptou a nenhum dos métodos,
tornou-se prisioneiro dos seus pensamentos,
lia e escrevia
e ao transcrever seus sentimentos num papel,
o deixou na correnteza do riacho.
Este, ao molhar e se desfazer parecia dizer:
“A discriminação fere os princípios de Deus
e assassinam aqueles que estão vivos.”
© Rosimeire Leal da Motta.
OBS.: Esta poesia faz parte do livro:
"Voz da Alma" – Autora: Rosimeire Leal da Motta
Editora CBJE - RJ - Novembro/ 2005 - Poesia e Prosa.
Página Pessoal: http://br.geocities.com/rosimeire_lm/
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