BURACO NEGRO DOS SONHOS.
Pediste-me que não deixasse de sonhar.
Que olhasse para o céu, para figuras formar.
Meus olhos já não possuem a pureza.
Meu coração cansado e desiludido.
Já não vejo castelos.
Nem cavalos a cavalgar.
Meu céu desabitado, um buraco negro.
Tens um corcel, que caminha ao seu lado na areia.
O meu alazão, perdeu-se na imensidão.
Já não vejo caravelas.
A lua não ilumina minhas noites.
Não tenho estrelas para seguir.
Velejo sem rumo,
sem destino e sem hora para chegar.
Escrevo na areia de um mar distante.
Sou viajante errante.
Querendo chegar,
não sei onde.
Dê-me sua mão amiga,
ajude-me a resgatar meus sonhos.
Faça-me olhar para o céu e figuras formar.
Mostre-me a estrela no céu,
a lua no mar.
Vilma Souza |