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Poesias-->A FUGA DE UM VELEIRO -- 10/11/2007 - 05:45 (Rosimeire Leal da Motta) |
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Retirou-se apressadamente para escapar.
Foi se afastando até se perder de vista.
Embarcação de velas.
Abandonou a praia que o ensinou a viver.
Magoado, foi chorar seus ressentimentos em outros mares.
Navegava com extrema velocidade,
rumo aos abraços do vento consolador.
Barco sem passageiros, vazio como sua alma.
O impulso da raiva foi diminuindo.
Olhou para trás.
As lágrimas secaram.
Voltar para a tristeza? (Não.)
Ir ao encontro das agressões? (Não.)
Desistir dos seus sonhos? (?)
Impossível fugir de si mesmo.
Trouxe na bagagem todas as partículas que o compõem.
O silêncio era pesado.
Levantou a âncora e retornou.
Foi a sensibilidade que o fez sair correndo.
O seu “eu” lhe cobrava atitudes.
O mundo lhe exigia ser mais expansivo.
E ele, um simples veleiro, não agüentou tanta pressão.
Não se pode ter medo de sofrer,
o sofrimento é o tempero da vida...
© Rosimeire Leal da Motta.
OBS.: Esta poesia faz parte do livro:
"Eu Poético" – Autora: Rosimeire Leal da Motta
Editora CBJE - RJ - Agosto/ 2007 - Poesia e Prosa.
Página Pessoal: http://www.rosimeiremotta.com.br/
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