Transitando num dos passeios da Praça da República, numa reentrància para prédio novo, de repente e do meu lado direito deparou-se-me burburinho assaz fora do habitual. Um magote de jovens de todos os tamanhos, raparigas e rapazes, deram-me ideia, pela postura coloquial, que já eram gente assumidamente adulta.
No passo, em letreiro hodierno afixado num mármore lateral, li: Escola Raúl Dória. De imediato, viajando meio-século atrás pela memória, revi-me a sair da Escola Raúl Dória, a funcionar onde hoje está o edifício do Jornal de Notícias - que então tinha séde a meio da Avenida dos Aliados - e a dirigir-me para a Mocidade Portuguesa, que ficava mesmo defronte, ainda a rua Gonçalo Cristóvão estava longe de ser colhida pelo estúpido viaduto.
Logo pois o homem de capacete com asas pairou saudosa e saudavelmente em meu pensamento e voei num ápice de retorno ao presente estado desta vida.
O Jornal de Notícias, que bem tem voado pelo tempo afora, está enorme e cada vez mais sólido na senda do progresso moderado e lúcido. A Escola Raúl Dória intenta quiçá regressar para dar uma mãozinha à periclitante situação do nosso actual ensino. E a nossa mocidade portuguesa como vai? Lá vai cantando e rindo, levada, levada sim... Mas, para onde?
Ainda ontem estava ali
Em sorriso jovial
E agora que estou aqui
Onde estou eu afinal ?!
Torre da Guia = Portus Calle
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