Usina de Letras
Usina de Letras
155 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62220 )

Cartas ( 21334)

Contos (13263)

Cordel (10450)

Cronicas (22535)

Discursos (3238)

Ensaios - (10363)

Erótico (13569)

Frases (50616)

Humor (20031)

Infantil (5431)

Infanto Juvenil (4767)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140800)

Redação (3305)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6189)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cronicas-->O PASTEL E O CHOPP -- 14/09/2004 - 21:58 (Cleuseni de Oliveira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O PASTEL E O CHOPP

A taberna da Dona Maria era um ponto de encontro muito procurado nos fins de tarde. Após o horário de trabalho, era para lá que se dirigiam muitos trabalhadores para comer um lanchinho e jogar conversa fora. Era um local de preços populares muito limpo, porque se tinha uma coisa que irritava Dona Maria era falta de higiene.
Dentre todas as pessoas que frequentavam o local, havia alguns que marcavam presença todos os dias: Paulo, que ficava em uma mesa de canto escrevendo poesias, sempre calado, ninguém jamais ouvira a sua voz. Juvenal era um gordo alto que só comia pastel. Era a especialidade da casa: pastel de vários sabores. Certo dia ele comeu tanto pastel que foi parar no hospital. Os médicos disseram que fora intoxicação alimentar. Já os amigos da taberna diziam que foi intoxicação pastelar. Mesmo depois desse susto, ele não mudou o hábito. Estava todos os dias na taberna comendo muitos pastéis.
E havia também o Moreira, tipo bruto, sempre falando alto que também ia lá todos os dias no mesmo horário, sentava na mesma mesa no meio da taberna, falava com todos os clientes. Alguns se divertiam com o tipo dele, mas outros não gostavam nem um pouco do jeito irreverente do Moreira.
Uma tarde dessas, Moreira visitou tantas mesas de outros clientes que acabou perdendo a comanda de consumo, mas dirigiu-se ao caixa assim mesmo:
- Por favor, Dona Maria, pode cobrar o meu?
- O que é o seu?
- Ora! O que eu comi!
- E o que foi que o senhor comeu?
- O de sempre!
Dona Maria, já impaciente, retrucou:
- Mas o que é o de sempre?
Dessa vez quem ficou impaciente foi o Moreira.
- Não acredito! Que falta de consideração. Venho aqui todos os dias, tenho mesa cativa na casa e a senhora não lembra o que eu comi?
Ao que Dona Maria respondeu educadamente:
- Mas o senhor tem que entender que é muita gente e...
- Pensei que quem vinha todos os dias com hora e lugar marcado a senhora se lembrasse.
- Sinto muito, senh...
- Ora, francamente, só não vou parar de vir aqui, porque o pastel daqui é muito bom, mas um cliente como eu merece ser notado e...
- Deixa de bancar o necessário, cara - gritou alguém no fim da fila, que já estava enorme por causa da teimosia de Moreira.
- É isso aí - gritou outro - fala logo o que você comeu, porque estou atrasado. A novela das 8 já vai começar e eu ainda estou aqui, porque você está emperrando a fila.
Paulo era o próximo da fila depois de Moreira e observava tudo calado. Não dava nem sinal de aborrecimento. Talvez estivesse pensando em como transformar aquela cena ridícula em um poema.
Inconformado, Moreira resolveu dizer:
- Aí, Dona Maria, vê se decora desta vez. Foi dois pastel e um Chopps.
Paulo que, até agora não tinha dito nada, diante desse desatino contra a Língua Portuguesa, resolveu falar:
___ São dois pastéis e um Chopp.
Moreira olhou para trás satisfeito e sorriu:
- O senhor também? Os pastel e o Chopps daqui é muito bom mesmo, num é?

CLEO PIVA
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui