Usina de Letras
Usina de Letras
136 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62182 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10449)

Cronicas (22532)

Discursos (3238)

Ensaios - (10351)

Erótico (13567)

Frases (50584)

Humor (20028)

Infantil (5425)

Infanto Juvenil (4757)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140793)

Redação (3302)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1959)

Textos Religiosos/Sermões (6184)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Contos-->AMOR SALPICADO DE OUTONO -- 20/01/2007 - 00:21 (Heleida Nobrega Metello) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


imagem:http://images.acclaimimages.com




AMOR SALPICADO DE OUTONO




O chão se salpica de outono enquanto aprecia o frio vento soprar a árvore. Ela lacrimeja, respinga e, se for da natureza, prepara-se para secar.

Ah, sim, no inverno, algumas secam! Voltam-se totalmente para dentro e se fortalecem nas raízes. Renascem na primavera.

E eu, enquanto observo a deusa da terra, GAIA, abrir seus poderosos braços para asilar as folhas, agora órfãs, debruço-me sobre aquele rosto desnudo, pálido e roço minha face na sua. Célere, o calor eleva-se, corando o que não tinha cor.

O parque era meu. Só meu e dele.

Enrosco ali mesmo meu corpo, num amor arrebatador. A paixão se emoldura empoando fagulhas nos fragmentos de terra seca, muito seca.

Nada existe além do desenho das silhuetas no crepúsculo. Respiro entusiasmo e amargura. Minha alma desprende nós de outros enlaces e sai em busca da dele.

Por longos anos não soube dizer qual era uma, qual era a outra.

Implacável, o tempo trespassa as suaves chuvas de folhas douradas, coroa nossas cabeças de fios brancos e desmedidos vazios.

Raras são as folhas que por mero acaso sobrevoam agora nossos corpos. Algumas derramam fiapos de alegria e outras, enfim, lamúrias sobre nossa história.

Enquanto cai uma a uma, fito o horizonte, como se uma tela nos remontasse ao passado. De quando em quando, num átimo, ainda arrebanho um tolo, quase invisível fragmento desse amor de ontem.

Respiro profundamente e mergulho no efêmero lampejo antes que desapareça. Minha vida, não é vida sem ele.



Heleida Nobrega Metello, 2005
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui