PERDOAR? EIS A QUESTÃO...
Não gosto da palavra perdão. Aliás, já há muito a retirei de meu dicionário. Se alguém me faz algum mal e me pede perdão, não perdôo. Prefiro avaliar como fica em mim o mal feito e decidir se me afasto ou se convivo com o ofensor e com o conflito. Dizer simplesmente “eu te perdôo” é, para mim, uma forma de orgulho. Fica subentendido que sou tão melhor que sou ofendida e ainda tenho a bondade de perdoar. É uma forma dissimulada de humilhar o ofensor. Prefiro, caso entenda que posso enfrentar o conflito, conversar com ele, mostrar que a mágoa continua existindo, mas que podemos com ela conviver, desde que ambos somos passíveis de erros. Em igualdade de condições, a convivência será mais natural e certamente mais proveitosa a ambos.
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