- Seu nome?
- Pseudónimo.
- O senhor se chama pseudónimo?
- Não, moço, vou lhe dar o pseudónimo: Francisco das Chaves.
- Não pode ser o pseudónimo. Tem que ser o nome.
- Só posso dar o pseudónimo. O nome verdadeiro, só minha saudosa mãezinha sabia.
- Tudo bem, Sr. Francisco das Chaves, o senhor é casado?
- amasiado.
- Tem filhos?
- Eu sei de três.
- Qual é a sua profissão?
- Como é?
- Sua profissão: pedreiro, motorista, marceneiro...
- ah tá. Ladrão de carro.
- Ladrão de carro?
- É. O senhor num é repórter? Eu sou ladrão de carro.
- Mas eu estou escrevendo tudo o que o senhor está dizendo. Vai sair no meu jornal.Vão querer prendê-lo.
- Num vão, não. Eu dei um nome falso. E o senhor num vai tirar foto de mim, vai? Nem vai me dedurar, vai? Porque o senhor também tem carro e eu não ajo sozinho, essas coisas que o senhor já sabe.
- Claro que não, senhor. Mas o senhor não pretende mudar de profissão? Algo assim digamos...
- Honesto?
- Isso. Honesto.
- De jeito nenhum. Que emprego no Brasil paga 1.500 reais por mês por apenas algumas horinhas de trabalho?